O ministro Luiz Fux, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira (22), em evento sobre o combate à corrupção, que os ministros da Corte não devem ter medo de desagradar a população ao tomar suas decisões.

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— O Supremo Tribunal Federal tem compromisso com a guarda da Constituição. E nenhum receio de desagradar a opinião pública, ou de cair em impopularidade, pode fazer com que um ministro do Supremo Tribunal Federal abdique da sua independência — disse Fux, responsável pelo plantão do STF até 1º de fevereiro.

Como exemplo, o ministro citou a análise sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa, em 2010, quando seu voto desempatou o julgamento e fez com que a aplicação da legislação de iniciativa popular fosse adiada para as eleições de 2012.

— Naquela oportunidade, não vou sonegar aos senhores que me assustei bastante com a repulsa popular — admitiu.

O ministrou também exaltou o trabalho dos jornalistas, afirmando que “quanto maior for a liberdade de imprensa, maior será o combate à corrupção”.

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— Foi a imprensa que inaugurou a estratégia de, em vez de focar nos corruptos, focar nos corruptores, quando produz o noticiário. Que haja parceria legítima entre a imprensa e as instituições de combate a corrupção — disse.

Procuradora-geral diz que "corrupção é uma morte social"

As declarações foram dadas em evento organizado na Escola de Magistratura Federal, em Brasília, sobre o combate à corrupção em um estado democrático de direito, do qual também participou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para quem a “corrupção é uma morte social”.

— Na última eleição, a população deu uma resposta, manifestou-se nas urnas de uma forma que expressou claramente a sua intolerância com a corrupção e seu anseio de construir uma sociedade mais íntegra e honesta — afirmou.