Estimular eventos como o Salão do Livro, em Lages, é um dos caminhos para os municípios contribuírem para a disseminação do hábito de leitura.

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Última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo instituto Ibope Inteligência a pedido da Fundação Pró-Livro, divulgada no segundo semestre de 2012, aponta que 24% dos entrevistados cultivavam o hábito de ler durante o lazer. No levantamento anterior, de 2008, esse indicador era de 36%.

Diante do panorama de queda do número de leitores no país e com uma média de leitura inferior a dois livros por habitante a cada três meses, a realização do Salão do Livro da Serra Catarinense, em Lages, esta semana, merece ser celebrado. Torna-se exemplo e ponto de partida para a discussão sobre o que pode ser feito para reverter essa tendência negativa. E fortalece o debate em torno dos caminhos possíveis e de quem são as responsabilidades para garantir que as crianças e adolescentes de hoje sejam leitores vorazes e cidadãos conscientes no futuro.

Fazer com que o livro passe a ocupar um lugar de destaque no tempo de lazer das pessoas é um enorme desafio, que deve ser encampado solidariamente pelo poder público, educadores, empresas e pela família. Para se ter uma ideia, usar o tempo livre para ler jornais, revistas, livros ou textos na internet fica atrás, segundo o levantamento do Ibope-Inteligência, de opções como ver novelas, escutar música, dormir, encontrar os familiares, assistir a um filme ou sair com os amigos.

Estimular a realização de eventos como este que ocorre em Lages até o próximo domingo é um dos caminhos para as administrações públicas municipais contribuírem com o papel de disseminar a importância do hábito de leitura em Santa Catarina. Debates, contação de histórias, conversas com autores renomados e reconhecidos até nacionalmente são atrações importantes para cativar o público infantil. É um meio eficaz para criar um novo público que tenha o hábito permanente da leitura, inclusive pelos meios digitais – segmento em expansão.

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Essa questão extrapola qualquer análise comercial, de radiografia do mercado editorial brasileiro. Tem relação umbilical com a cidadania de um país. A sociedade tem que trabalhar diuturnamente para que todos tenham uma formação diversificada, o que permite ao indivíduo uma ação efetivamente cidadã – que ele possa reivindicar seus direitos e agir, logicamente, com consciência de seus deveres.