Primeiro brasileiro eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, afirmou nesta quinta-feirta que o Brasil deve ter orgulho de ser um exportador de commodities e produtos agrícolas. Mas, segundo Azevêdo, é fundamental que isso não limite o potencial exportador do país. Para o embaixador, o Brasil apresenta condições de atuar em várias frentes.
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– Não vejo a menor vergonha de o Brasil ser um exportador de commodities e produtos agrícolas. Vergonha seria o contrário, algo que não se justificaria. Mas o Brasil tem capacidade de ser exportador em várias frentes – disse o diplomata, que participa de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Ao ser perguntado pelos senadores sobre as negociações da União Europeia com o Mercosul, o embaixador disse que elas ocorrem bilateralmente e, não no âmbito da OMC. Segundo ele, é importante também ressaltar que a organização não tem um papel fiscalizador desse tipo de negociação.
– A organização não fiscaliza, os membros é que fiscalizam – ressaltou.
Responsável pelas negociações comerciais internacionais há cerca de 20 anos, o embaixador brasileiro destacou que o Brasil é um ‘grande exportador’ e apelou para que se adote uma estratégia voltada à competitividade.
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– Temos de olhar mais a competitividade, não apenas no setor industrial, mas também no agronegócio. O Brasil não é um país importante não apenas porque é exportador, mas porque é também um importador – disse.