Quando inaugurada, a nova ETE do Jarivatuba, em Joinville, que será a maior rede de tratamento de esgoto sanitário de Santa Catarina, deve gerar 64 toneladas de lodo por dia. Essa é a previsão do resultado do processo de tratamento de esgoto com o resíduo gerado. Na estação em uso, o material nunca foi retirado nos 30 anos de operação das lagoas.
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Rico em matéria orgânica, este material precisa ser encaminhado a um aterro industrial depois do tratamento. Em Joinville, este serviço tem custo já que a operação é feita por uma empresa privada.
Para diminuir os custos da operação e não precisar de mais investimento para destinar o lodo ao local correto, a Companhia estuda alternativas para a destinação do resíduo. A estimativa é de que, quando a nova estação começar a funcionar, sejam geradas 64 toneladas do material por dia. Iniciativas para reuso deste resíduo já foram estudadas na cidade, como a produção de tijolos.
– A intenção é realizar estudos para reaproveitar este lodo, como componente de substratos na agricultura ou até para gerar energia. No entanto, primeiro é preciso que a estação comece a operar para depois saber onde este material poderá ser reutilizado – menciona Luana.
Com o início da operação, as redes coletoras de esgoto – já prontas ou que ainda serão feitas nos bairros – poderão, finalmente, ser ligadas ao sistema. Dados da Companhia demonstram que, em pleno funcionamento, a nova ETE Jarivatuba vai atender cerca de 300 mil joinvilenses – quase metade da população – que correspondem a dez bairros da cidade.
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Nos últimos meses, as redes de esgoto nos bairros João Costa e Jarivatuba foram finalizadas e estão sendo implantadas no Guanabara, Fátima, Petrópolis e Parque Guarani, para depois serem feitas as ligações, tendo como destino a nova estação.
Responsabilidade de todos
O funcionamento integral da nova estação depende de implantações como os emissários de entrada e saída, redes coletoras e as estações elevatórias (de bombeamento). Com todas essas obras, o investimento chega a mais de R$ 80 milhões. Além disso, para que o esgoto chegue até a unidade, é preciso que os moradores também façam a ligação das casas com a rede da rua.
Muitos moradores ainda não realizaram a ligação correta à rede já disponível. Neste processo, a Companhia ainda esbarra na resistência da população em realizar a conexão de forma correta. A presidente da Águas cita a melhora na qualidade dos mananciais como um fator que pode ajudar na conscientização.
– Nossos rios precisam disso porque senão o ciclo não fecha. A gente capta a água, a utiliza, joga – em forma de esgoto – novamente no meio ambiente, depois trata para que ela volte ao rio. Se o tratamento e a volta (ao rio) não forem bem feitos, a água que captamos passará a ter uma qualidade ruim. É um ciclo – diz.
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Para garantir a instalação correta, a Águas de Joinville realiza vistorias nas casas para verificar se a ligação de esgoto está feita corretamente, e ainda oficinas nos bairros para ensinar a população a fazer a ligação regular. Desta forma, os interessados recebem certificação da Companhia e ainda podem ter uma nova fonte de renda, fazendo a instalação aos vizinhos.