O português Henrique Calisto, 55 anos, vive no Vietnã desde 2000. Treinador de clubes como Boavista, Braga, Slagueiros e Acadêmica de Coimbra, em sua terra natal, Calisto resolveu desbravar o futebol no sudeste da Ásia. Está no comando da seleção do Vietnã há três meses. Fez apenas um amistoso. No mês passado perdeu para a seleção olímpica da China – adversária do Brasil – por 3 a 2.

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Segundo Calisto, o time chinês não é bom tecnicamente, mas possui jogadores velozes e altos. Aliás isso é algo que o preocupa no desenvolvimento do futebol vietnamita. Para ele, a baixa estatura e a falta de boas condições para que a população tenha um dieta adequada, serve de exemplo. Ele chega a arriscar “peixe por aqui cresce em balde”, numa referência à preferência dos moradores locais, por arroz e frutos do mar.

Calisto diz que como eles não comem carne vermelha perdem proteínas e isso acarreta diversos problemas. Absolutamente integrado à cultura do Vietnã, Calisto discorre sobre assuntos como violência (que segundo ele é quase zero), saúde e história do país com a maior naturalidade.

– Sempre procuro me informar sobre as coisas – diz, para depois acrescentar:

– Se fosse ficar só no mundo do futebol, ficaria alienado.

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Numa demonstração clara da história vietnamita, Calisto afirma que o “gás laranja – utilizado pelos EUA na guerra contra o Vietnã – ainda traz seqüelas em parte da população”.

O treinador trabalha com auxiliares locais e tem no goleiro brasileiro Fábio, que atuou nas categorias de base do Vasco da Gama, um de seus principais jogadores.

A aventura no Vietnã, que começou em Ho Chi Mihn (Saigon) é considerada vantajosa por Calisto.

– Aqui o mês dura 30 dias – afirma.