Assistir a uma partida de futebol é uma coisa. Jogar uma partida de futebol é outra. Ninguém que eu conheça prefere assistir a jogar. Ver sem jogar resulta numa pobreza crítica em relação ao próprio futebol. Quem não joga não sabe apreciar. Não pode sequer entender a dificuldade, a beleza, a sofisticação de um lance ou de uma partida.

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“Se eu faço, por que ele não faz?” É assim que um jogador amador de bairro comum raciocina quando observa uma falha ou um erro num profissional. E no sábado e domingo, no fim de semana, no seu time do bairro, ele capricha e “faz” aquilo que, no outro dia, vai exigir dos profissionais, aos berros, lá do alto da arquibancada do estádio.

Porém a barbárie da especulação imobiliária e o descaso de algumas administrações estão aniquilando o futebol em sua forma amadora, como estão tentando destruir outras manifestações não imediatamente lucrativas que existem aqui em Florianópolis e em outros municípios. Infelizmente, o que resta hoje desse futebol popular nas cidades são alguns campos preservados à força. Por isso precisamos nos unir, reunindo esforços coletivos para resgatar esta alegria e mantê-la como patrimônio cultural, criando mais campos.

E também dando apoio aos já existentes, incentivando os clubes que se encontram em grande dificuldade, patrocinando os campeonatos amadores, incentivando desde a garotada até os atletas veteranos, afinal esporte é um dos maiores instrumentos promotores de saúde. E é fundamental praticar o conceito de que o esporte aliado à cultura leva à cidadania, exercitando assim o esporte como fator de integração social nas comunidades já carentes de apoio.

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