A fusão das empresas Sadia e Perdigão, aprovada nesta quarta-feira pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), cria uma gigante do setor de alimentos.
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A BRF Brasil Foods, que atualmente é a razão social da Perdigão, foi criada depois da associação entre a Perdigão e a Sadia, anunciada em maio de 2009. No ano passado, a BRF registrou um lucro líquido de R$ 23 bilhões (US$ 13,073 bilhões ao câmbio médio de 2010). É uma das maiores exportadoras em nível mundial de aves e conta com 113.000 funcionários no Brasil.
Sadia e Perdigão dominam 57% do mercado brasileiro da carne industrializada, 69% dos congelados de carne, 82% das massas prontas e 78% das pizzas congeladas, segundo dados da BRF.
A associação entre a Perdigão, fundada em 1934, e a Sadia, criada em 1944, as duas no estado de Santa Catarina, foi frustrada em duas ocasiões: em 2002, quando fracassou a criação de uma empresa comercializadora de exportações, e em 2006, quando a Perdigão rejeitou a oferta da Sadia.
A Perdigão, que conta com 40 unidades industriais, produz derivados e congelados de carne, lácteos, massas prontas, tortas, pizzas, vegetais congelados e outros. A Sadia, com 18 unidades industriais, também fabrica derivados e congelados de carne, além de fiambre, margarina e doces.
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Requisitos da fusão
O Conselho condicionou a operação à eliminação da marca Perdigão por três ou cinco anos, dependendo do setor, exclusivamente no mercado interno, e a proibição de criação de novas marcas por parte da sociedade resultante da fusão. Os conselheiros do Cade acreditam que, com este acordo, conseguiu uma separação das firmas no mercado interno e externo, que permite a entrada de novas empresas competidoras ao nível local.
– A supressão da marca premium (Perdigão) abrirá espaço para que marcas menores entrem no mercado – avaliou Chinaglia.
– Ficamos tranquilos de que tenha sido possível preservar a capacidade de exportação sem deixar de lado (…) a proteção do consumidor brasileiro e as garantias de competitividade nos distintos mercados nacionais – assinalou em sua apresentação o conselheiro Paulo Veríssimo.
Pelo acordo, também está previsto que sejam vendidas dez fábricas, quatro matadouros, doze granjas, quatro fábricas de ração e oito centros de distribuição.
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