Os dois gigantes suíços do setor de mineração, Xstrata e Glencore, chegaram a um acordo de fusão, anunciaram nesta segunda-feira as duas empresas. Xstrata e Glencore recomendaram a seus acionistas a aprovação da operação de fusão, que deve ser concluída até o fim do ano, afirma um advogado divulgado pelos dois grupos. O negócio vai criar uma empresa com valor de mercado de US$ 70 bilhões, quantia maior do que o Produto Interno Bruto (PIB) de muitos países.
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A Xstrata é um dos grandes produtores de carvão, cobre, níquel, vanádio primário e zinco, além ser o maior produtor mundial de ferro cromo. A Glencore é considerada a maior empresa privada do mundo dedicada à compra e venda e produção de matérias-primas e alimentos do mundo.
A Glencore ofereceu 3,05 de suas ações por cada ação da Xstrata e quer que seu executivo-chefe, Ivan Glasenberg, esteja no comando da empresa combinada. Segundo duas fontes, o executivo-chefe da Xstrata, Mick Davis, assumiria como CEO da empresa combinada para ajudar na transição, mas deixaria o cargo depois de seis meses.
A diretoria da Xstrata também estudou “revisões à estrutura de votação do negócio que permitirão aos acionistas manifestarem opiniões diferentes sobre o pacote aos executivos”, disse uma fonte. Inicialmente, a Xstrata havia estruturado o processo de decisão de modo que os acionistas teriam de aprovar tanto a fusão como o pacote de benefícios em votações separadas. A Glencore, que é o maior acionista da Xstrata, com direito a 34% dos votos, não pode votar nesse caso.
As revisões foram feitas para reduzir preocupações de acionistas, desde aquelas dos que acreditam que a votação do pacote de benefícios para os executivos deve ser separada da decisão sobre a fusão até aqueles para quem o pacote é essencial para que a empresa combinada retenha os executivos da Xstrata, que deverá responder por mais de 80% dos lucros da companhia a ser formada.
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A diretoria da Xstrata também deverá recomendar que os acionistas aprovem um pacote de benefícios que deverá ser o mesmo já anunciado anteriormente, exceto pela retirada dos US$ 46,9 milhões que seriam oferecidos a Mick Davis, já que ele vai deixar a companhia. O pacote deverá ficar em 140 milhões de libras (US$ 226,4 milhões), dos 173 milhões de libras previstos originalmente (US$ 279,8 milhões).