Parte dos funcionários da estética Cabelo Mais, na zona sul de Porto Alegre, almoça quando duas mulheres entram. A dupla finge ser cliente interessada na compra de cabelos humanos – a especialidade do estabelecimento. Elas distraem um atendente, que passa as informações sobre valores dos produtos.

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Enquanto uma se mostra atenta aos preços e aguarda um orçamento que era feito pelo funcionário na sala ao lado, a outra enche uma bolsa com madeixas de diferentes formatos, cores e tamanhos.

Minutos após furtar parte dos produtos da vitrine, a mulheres despedem-se e saem. Elas deixam um prejuízo de R$ 20 mil. O furto improvável, ocorrido por volta das 13h desta sexta-feira, foi flagrado por 11 câmeras de vídeo.

Confira o vídeo que flagra o momento do roubo:

– As pessoas têm se interessado cada vez mais pelo produto, que hoje é considerado um artigo de luxo. As lojas que vendem cabelo humano precisam estar atentas e ter segurança – alerta Sandra Masiero, proprietária da estética.

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Esta foi a primeira vez que a Cabelo Mais foi vítima de um ataque. Já atenta à tendência de roubos desta modalidade, Sandra havia se adiantado e investido um alto valor na segurança da estética, que gravou a ação das assaltantes.

O motivo para o furto é o valor do cabelo, explica a proprietária. Cada quilo custa de R$ 6 mil a R$ 14 mil. E as madeixas das gaúchas são as mais visadas.

– A descendência europeia de grande parte da população gaúcha faz com que os cabelos daqui sejam considerados os melhores do Brasil. Temos fornecedores que viajam pelo Estado inteiro em busca de cabelos para revender – complementa a proprietária da estética.

Delegado alerta para um “comércio em crescimento”

Conforme o delegado Luís Fernando Oliveira, titular da 20ª Delegacia da Polícia Civil, furtos de cabelo ainda são mais comuns no centro do país.

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– É um comércio que está crescendo. Há casos inclusive de cabelos furtados diretamente da cabeça das pessoas – alerta o delegado.

O caso será investigado por Oliveira. Até o início da noite, porém, o delegado não havia lido a ocorrência policial registrada pela proprietária do estabelecimento. Um dos trunfos que a polícia terá em mão são justamente as imagens que mostram o exato momento em que ocorre o furto.