O furacão Beryl, que se aproxima do Caribe com potencial de grande destruição, tocou o solo no sudeste da região, às 11h10 desta segunda-feira (1º). De acordo com informações do g1, o boletim do Centro Nacional de Furacões (CNH) dos Estados Unidos foi quem registrou o fenômeno considerado inédito, já que o Caribe nunca foi atingido por um furacão de categoria 4 nessa época do ano.
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De acordo com o CNH, a tempestade “poderosa” logo no início da temporada de furacões — que dura do início de junho ao final de novembro no Atlântico — é extremamente rara. Porém, neste domingo (30), o fenômeno ganhou força antecipadamente e atingiu a categoria 4, de um total de 5.
Estado de alerta
Ainda segundo o CNH, o furacão tocou o solo da ilha de Carriacou, em Granada. A região também conta com as ilhas São Vicente, Santa Lúcia, Granadinas e Barbados. As quatro ilhas estão em estado de alerta desde o fim de semana, quando Beryl deixou de ser uma tormenta tropical e passou a ser considerado um furacão.
Além de Barbados, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Granada, o furacão deverá atingir Dominica e as ilhas de Martinica e Tobago. A costa sudeste do México também deve ser atingida, após o fenômeno perder força e se tornar uma tormenta tropical.
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O CNH orientou que as pessoas busquem refúgios seguros, e os governos locais ativaram alerta por furacão. As autoridades de Barbados já registraram ventos de 111 km/h — um furacão é considerado de categoria 4 na escala padrão, a Saffir — Simpson, quando tem ventos de pelo menos 209 km/h.
A temporada de furacões de 2024 deve ser “extraordinária”, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). São esperadas até sete tempestades de categoria 3 ou superior.
Confira a cronologia de formação do Beryl
- 25 de junho: inicia-se uma instabilidade na atmosfera, favorecendo a formação de uma tempestade;
- 28 de junho: a instabilidade ganha força seguindo em direção ao Caribe e se transforma em uma tempestade tropical. Até aqui, a previsão era de ventos de 56 km/h;
- 30 de junho: fenômeno passou a ser classificado como furacão e entrou na categoria 3;
- Ainda no dia 30: passou a categoria 4, com alerta de extremo perigo, com ventos de até 240 km/h.
O Beryl saiu de uma depressão tropical para um grande furacão em 42 horas, o que é algo incomum ao rever a história dos furacões do Atlântico.
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Por que isso está acontecendo?
De acordo com especialistas, a intensidade nunca registrada do fenômeno é resultado dos oceanos mais quentes: as temperaturas da água do oceano na região onde Berryl se formou está até 3°C acima da média.
— Esse aquecimento é uma anomalia bastante significativa, especialmente se percebermos que é uma grande área do oceano com temperaturas acima da média. Isso significa uma grande quantidade de calor e umidade a mais sendo transferida para a atmosfera, servindo de combustível para a formação e intensificação rápida de distúrbios tropicais — explica o meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).
Isso significa que, quanto mais quente a água, mais provável é que as tempestades ganhem força de forma rápida.
— A temperatura do oceano é extremamente importante para definir a intensidade de um furacão, pois vai alimentando e quanto mais quente o oceano tiver mais combustível ele dá para o furacão, o que faz com que ele seja cada vez mais intenso — diz Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.
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*Sob supervisão de Andréa da Luz
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