O fundo eleitoral pode passar de R$ 1,7 bilhão (valor gasto em 2018) para R$ 3,5 bilhões em 2020, ano em que serão eleitos prefeitos e vereadores em todo o país. Em entrevista ao Notícia na Manhã desta terça-feira (13), o deputado federal catarinense Rodrigo Coelho (PSB) criticou o que considerou um "jabuti" inserido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo relator Cacá Leão (PP-BA).

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— É totalmente inoportuno, um jabuti que o relator colocou na lei orçamentária para o financiamento das campanhas do ano que vem. Dobraria o valor que na minha opinião hoje já é desproporcional — afirmou Coelho.

O deputado critica o aumento do financiamento de campanhas em um momento em que há dificuldades para setores básicos e investimentos em ritmo lento por falta de recursos. Estudo do Tribunal de Contas apontou pelo menos 65 obras paradas em Santa Catarina.

— Um bilhão, por exemplo, completaria a obra da BR-280, que liga São Francisco do Sul a Porto União — compara.

Conforme o parlamentar, a emenda foi incluída pelo relator na comissão de orçamento em uma quinta-feira "esvaziada", posterior à aprovação da Reforma da Previdência, fruto de "um acordão" entre líderes da maioria dos partidos.

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— O recado das urnas do ano passado e as manifestações de rua mostraram que o povo é contrário ao atual modo de fazer político no Brasil. Isso deveria ser discutido na mãe de todas as reformas, que na minha opinião é a reforma política — completa Coelho, que é contrário ao financiamento público e defensor da volta da possibilidade de as empresas realizarem doações às campanhas eleitorais.

Nas eleições de 2018, 34 dos 35 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) receberam recursos do Fundo Eleitoral, aprovado em 2017 pelo Congresso Nacional. O Novo não usou os valores, por decisão interna.