A fundação do bilionário húngaro-americano George Soros, que financia diversas ONGs, anunciou nesta terça-feira que deixará a Hungria, onde estava presente há várias décadas, em consequência da política “repressiva” do governo do primeiro-ministro Viktor Orban.

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“Confrontada com um entorno político e jurídico cada vez mais repressivo na Hungria, a Fundação Open Society transfere suas operações internacionais e seus funcionários de Budapeste para a capital da Alemanha, Berlim”, anunciou em um comunicado a fundação criada pelo investidor George Soros.

Há mais de um ano, e de maneira crescente com a aproximação das eleições legislativas celebradas em 8 de abril, Viktor Orban escolheu Soros como o principal inimigo do país.

O primeiro-ministro húngaro, que foi reeleito com grande vantagem para um terceiro mandato, afirma que Soros deseja inundar a Hungria e a Europa com imigrantes e que as organizações que o bilionário financia no mundo, especialmente no leste da Europa, seriam seu braço armado.

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“Ficou praticamente impossível garantir a segurança de nossas operações e de nossos funcionários na Hungria contra a interferência arbitrária do governo”, escreveu o presidente da fundação OSF, Patrick Gaspard, em um comunicado.

Gaspard critica o governo húngaro “por denegrir, apresentar uma falsa imagem do trabalho (da OSF) e reprimir a sociedade civil para obter um benefício político, utilizando uma tática sem precedente na história da União Europeia”.

Os congressistas húngaros aprovaram várias leis em 2017 para reforçar o controle das ONGs que atuam na Hungria e que ameaçam a presença no país da Universidade da Europa Central, também criada por Soros.

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Nas próximas semanas, o Parlamento húngaro deve examinar um novo pacote legislativo conhecido como “Stop Soros”, que prevê a cobrança de impostos das ONGs “que apoiam a imigração”.

Todas as medidas provocaram críticas severas dentro da União Europeia.

A fundação criada por Soros nos anos 1980 e presente em mais de 100 países informou que a cada ano destina um milhão de dólares para quase 30 ONGs na Hungria.

* AFP