A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) abrirá uma sindicância para investigar a denúncia de que a diretora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Garuva, Eliane Ferreira, estaria sendo remunerada por um cargo extra que supostamente não exercia.

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De acordo com a consultora jurídica da fundação, Ana Paula Daros, um processo de sindicância será aberto para apurar se ocorreu alguma irregularidade na Apae. Uma comissão de servidores será nomeada para iniciar a investigação que pode levar cerca de três meses para ser concluída. Se ficar comprovado que houve alguma infração, o órgão abrirá um processo administrativo disciplinar para responsabilizar os envolvidos.

A Polícia Civil de Garuva também está investigando o caso. O inquérito foi instaurado a partir de um ofício encaminhado pelo Ministério Público _ primeiro órgão a receber a denúncia formal. A delegada Inara Drapalski não revelou detalhes da investigação.

Entenda o caso

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Boletins de frequência dos professores, aos quais “AN” teve acesso, assinados pelo presidente da instituição, dão conta de que Eliane, além de diretora, estaria exercendo o cargo de professora de informática de fevereiro de 2013 a julho de 2014. Porém, uma ex-funcionária que conversou com a reportagem afirma que as aulas nunca exisitiram e que ela estaria sofrendo represálias por fazer a denúncia.

Em entrevista à RBS TV, o presidente da instituição, Valdomiro de Oliveira da Silva, também confirmou que as aulas foram ministradas por um perído curto, pouco mais de um mês, e que, depois disso, os alunos não tiveram mais acesso às aulas de informática.

– Eu acho um erro fatal, ela não devia ter feito isso, pelo menos deveria ter me comunicado. Ela errou e admitiu o erro – revelou.

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Segundo Valdomiro, a diretora teria se comprometido a devolver o dinheiro que corresponde a salários de aproximadamente R$ 600 recebidos mensalmente pelo cargo de professora. O presidente também esclareceu que ela até poderia acumular duas funções, desde que conseguisse tempo para exercê-las.

Contraponto

Eliane se negou a falar sobre o assunto com a imprensa na quinta-feira. Porém, emitiu uma nota de esclarecimento por meio de um advogado que procurou na manhã desta quinta-feira em Joinville para pedir orientação. O advogado Leandro Gornick Nunes disse que não sabe se vai assumir o caso, até porque ainda não há uma intimação formal da polícia.

Na nota, ela nega que tenha falssificado a assinatura de Valdomiro, mas admite que assinou os boletins de frequência no nome do presidência na ausência dele.

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– Apenas, em face da ausência do senhor presidente da Apae de Garuva durante o período diurno, alguns boletins de frequência foram enviados à Gered com o nome do senhor Valdomiro Oliveira da Silva manuscrito sem que houvesse qualquer pretensão de imitar a sua assinatura, ficando afastada a hipótese de pretender enganar qualquer pessoa – diz a nota.

Com relação ao cargo de professora, a diretora diz que deixou de dar aulas de informática apenas a partir de março de 2014 com a justificativa de que os computadores não estariam funcionando.

– Para justificar o recebimento da remuneração, passou a desenvolver atividades administrativas, inclusive, deslocando-se pelas regiões de Garuva e Joinville para buscar recursos de pessoas interessadas em contribuir com a instituição – concluiu.

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