Funcionários terceirizados que trabalham na recepção do Hospital Universitário, na UFSC, em Florianópolis, paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira, 10. Com os salários de julho atrasados, os cerca de 60 contratados da empresa SC Segue decidiram parar até que a empresa pague os valores ou, ao menos, dê explicações.

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Segundo uma funcionária que pediu para não ser identificada por medo de retaliação, a SC Segue também não pagou valores retroativos referentes ao reajuste salarial, que tem como data-base o mês de janeiro. Em dezembro do ano passado, a segunda parcela do 13º salário também atrasou, caindo somente no dia 26, “estragando o Natal do pessoal”. Funcionários que prestam serviço em outras empresas e entidades também relataram os mesmos problemas.

— Eles pagam quando querem, atrasam todos os meses, e não falam nada para a gente. Ganhamos um salário mínimo, que é pouco e ainda não vem — reclamou uma funcionária.

Com a paralisação, apenas 30% dos funcionários trabalham nesta segunda-feira. Com isso, estão reduzidos os atendimentos nas recepções do Hospital Universitário, em especial na internação, emergência, raio-x, endoscopia, quimioterapia, visitas e internação.

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A greve não prejudica o atendimento médico, mas afeta a chegada de pacientes. A superintendente do Hospital Universitário (HU), prof. Maria Lourdes Rovaris, acionou a empresa, que afirmou que fará o depósito dos salários entre segunda e terça-feira.

— Gera certo impacto no atendimento, porque as recepcionistas estão na linha de frente dos serviços. Não temos a possibilidade de contratar cargo efetivo para recepcionista, então temos que recorrer à empresas terceirizadas, com todo o risco inerente — afirmou Rovaris.

Ainda de acordo com a superintendente do HU, todos os pagamentos da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pela gestão do hospital, estão em dia. A SC Segue tem apenas mais seis meses de contrato e a direção da Ebserh já trabalha em uma nova licitação para o serviço de recepção.

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A reportagem da Hora de Santa Catarina entrou em contato com a SC Segue na manhã desta segunda-feira e conversou com o proprietário da empresa, Cassiano Silva. Segundo Cassiano, o atraso decorreu de problemas bancários e a empresa já está averiguando a causa.

— Nos pegou de surpresa, é uma situação que a gente não esperava. Os salários deveriam ter caído sexta-feira, 7, mas, de fato, não caíram. Vamos verificar o que aconteceu, já estamos trabalhando para regularizar a situação até o final do dia.

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