No início da manhã desta quinta-feira teve confusão no Hospital São José, de Criciúma, um dos maiores do Sul do Estado, que está em greve desde terça-feira. Alguns funcionários tentaram entrar para trabalhar e contam que foram agredidos e empurrados por outros funcionários, que os impediram de entrar. O grupo registrou boletim de ocorrência na delegacia.

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O presidente do Sindisaúde, Cléber Ricardo Cândido, afirma que funcionários da administração do hospital deram início ao tumulto com o intuito de desmobilizar a paralisação e na tentativa de ilegalizar a greve.

– Foram funcionários da administração do hospital, plantados pela própria administração junto ao movimento grevista. Eles articularam isso para fazer um enfrentamento, para desmobilizar a greve, porque o setor de assistência e o setor de apoio aderiram quase em 100% à greve – aponta.

Cândido conta que a situação foi resolvida e que a greve deve continuar, mas que os trabalhadores estão muito descontentes com a situação.

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– Acabou tendo enfrentamento entre os grevistas e funcionários. Mas foi totalmente contornado e agora estamos aqui tranquilos, mantendo a mobilização e a greve. O que aconteceu hoje foi algo localizado, que não deve acontecer mais – completa.

O sindicalista afirma também que nenhum funcionário, em nenhum momento, foi impedido de entrar no hospital por sindicalistas e que a escala acordada tem sido seguida, apesar de a administração do Hospital São José dificultar as negociações e os procedimentos dos grevistas.

– Eles estão dificultando o atendimento. Não fechamos nenhum setor, estamos mantendo a escala, só que eles estão fechando os setores e dizendo aos pacientes que é o sindicato que não está deixando atender. Eles não estão cumprindo aquilo que a gente combinou, não querem nem dar a lista de funcionários para a gente fazer uma escala tranquila – reclama.

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A Irmã Terezinha Buss, vice-diretora do Hospital São José, refuta a versão de Cândido. Ela acredita que foram os grevistas que impediram a entrada dos funcionários do hospital e relata agressões físicas.

– Os nossos funcionários apenas tentaram entrar, mas houve muita coerção, agressão física. Teve gente que teve problemas comprometedores de saúde por causa da atitude desrespeitosa desse grupo, que queria impedi-los de trabalhar. Está muito difícil a negociação. Eles não têm permitido números que garantam a segurança do paciente, ainda mais impedindo quem queira livremente exercer o seu direito de cidadania – aponta.

Cândido relata que em outros hospitais, como o Hospital São João Batista, também em Criciúma, e o Hospital Regional de Araranguá, os grevistas não têm tido problemas.

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