Além de estar com a emergência fechada, o Hospital Regional também foi palco de manifestações, nesta terça-feira. Os 800 funcionários da unidade estavam revoltados com o governo do Estado, por causa da contratação de mais 611 trabalhadores. Sim, desta vez o protesto foi às avessas, pois muitos queriam continuar trabalhando mais.

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– Por 20 anos, os funcionários se acostumaram com a hora plantão (hora extra), criada para suprir a falta de pessoal. Hoje, 90% dos que trabalham no hospital ganham mais por causa disso, e agora vão deixar de ganhar. A preocupação maior nem é somente com o valor do salário no fim de cada mês, mas com a aposentadoria – explica o coordenador de comunicação do SindSaúde, que representa os trabalhadores de estabelecimentos de saúde, Cláusio Pedro Vitorino.

Segundo os trabalhadores, hoje um funcionário que recebe R$ 2 mil, por exemplo, com as horas extras cumpridas em dias de folga passa para R$ 3,5 mil. Desse último montante é que são retidos os 10% para a aposentadoria.

– Ninguém gosta de trabalhar tanto além do que deveria, mas queremos um salário mais digno – complementa Cláusio.

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O superintendente dos Hospitais Públicos Estaduais, Walter Gomes Filho, confirma a contratação de mais 611 funcionários somente para o Hospital Regional de São José. Entre eles estão médicos, técnicos de enfermagem, nutricionistas e ortopedistas. Destes, 573 já foram nomeados e devem começar a trabalhar dentro de 30 dias. Para ele, o governo está resolvendo um problema crônico na saúde pública, que é a falta de equipes.

– A cada funcionário novo que entrar significará dois funcionários a menos fazendo hora extra, o que é certo. Eles trabalham 12 horas para folgar dois dias, e é assim que deve ser – afirma.