Depois de 33 dias de paralisação dos trabalhadores, o Hospital Regional de Araranguá (HRA) começou a ser desocupado na tarde desta quinta-feira. Os funcionários aprovaram em assembleia a proposta do Instituto Desenvolvimento Ensino e Assistência à Saúde (Ideas), novo gestor do hospital. Entre as mudanças a partir da negociação inicial está a ampliação de 295 para 360 vagas para contratação dos trabalhadores que desejam continuar no HRA.

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Também ficou acordado entre o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Criciúma e Região (Sindisaúde) e o Ideas que as vagas serão distribuídas conforme necessidade, porém pelo menos 135 serão para técnicos de enfermagem e 40 para enfermeiros, oferecidas aos trabalhadores que já atuavam no hospital. A seleção dos funcionários só será aberta a outros interessados caso não haja o preenchimento das 360 vagas por quem já atuava no local. Os contratados também tem garantida a estabilidade de pelo menos seis meses, mesmo tempo da vigência do contrato emergencial do Estado com o instituto.

— Melhorou as condições do que a gente tinha inicialmente, foi um fato criado não por nós trabalhadores, mas pelo governo do Estado, agora entramos em um consenso e a categoria aprovou a proposta. Além da ampliação das vagas, embora não o que queríamos pois antes era 450, e a questão da estabilidade, também ficou acertado o pagamento do salário médio da região para a função contratada — explicou o o diretor tesoureiro do sindicato, Cleber Ricardo da Silva Candido.

O Ideas vai administrar o HRA a um custo de R$ 3,5 milhões ao mês. O secretário de Articulação Nacional Acélio Casagrande, que nos próximos dias irá assumir a Secretaria de Estado da Saúde, foi quem comandou as negociações com o sindicato e o Instituto, com o apoio do secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Araranguá, Heriberto Afonso Schmidt. A expectativa dos dois é que o hospital possa voltar a funcionar parcialmente a partir da próxima segunda-feira, mas os novos gestores preferem não fixar uma data até que tenham ciência das condições do hospital.

— Esse é o momento de unir forças em prol da abertura do hospital. Precisamos em tempo recorde fazer uma avaliação, uma inspeção, em tempo recorde avaliar o que está realmente impedindo a abertura do hospital, segundo nos passaram não há medicamento, alimento, rouparia, os equipamentos foram retirados, o hospital foi desprovido da capacidade de atendimento, então é impossível nesse momento eu fazer uma antemão e dizer que abriremos no dia tal, abriremos no menor prazo de tempo possível, e temos ciência da necessidade do hospital para a região — comentou o diretor responsável Leon Iotti, do Ideas.

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Essa semana, uma equipe da ADR e técnicos do Estado devem concluir o levantamento do patrimônio do hospital. Com a saída da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), antiga gestora do hospital, alguns equipamentos alugados foram devolvidos e outros retirados, e por isso será feita a análise do que tem continua à disposição no local. O Ideas, novo gestor, é o mesmo que administra o Hospital Infantil Santa Catarina, de Criciúma.

Salários de dezembro em aberto

Os salários de dezembro dos trabalhadores ainda estão em aberto, e por isso o Sindisaúde entrou com uma nova ação na justiça para bloqueio de bens da SPDM. Foi dessa maneira que os trabalhadores conseguiram receber os atrasados de novembro já no final do mês seguinte.

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