Após passeata com bloqueio parcial da ERS-401, funcionários demitidos da Iesa Óleo e Gás ocuparam o terreno da empresa em Charqueadas, na Região Metropolitana, por volta das 17h desta terça-feira. Os manifestantes fizeram um acordo com a Brigada Militar, mediante o compromisso de manter o protesto de forma ordeira.

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Até as 18h, não houve confronto ou tumulto, apenas o trânsito ficou lento durante o deslocamento do grupo, que saiu do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas e foi caminhando e em carros até a sede da Iesa, nas margens da ERS-401.

O objetivo dos cerca de 120 manifestantes (conforme estimativa da BM) é pressionar a empresa e as autoridades a resolverem a situação dos cerca de 1,1 mil trabalhadores demitidos no fim de novembro, que ficaram com salários atrasados e sem pagamento das rescisões.

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Para isso, devem ficar acampados na sede da Iesa até quinta-feira, com revezamento entre os manifestantes. Às 14h30min de quinta, está marcada uma audiência com participação do Sindicato dos Metalúrgicos, que representa a categoria, Iesa, Petrobras, Ministério Público do Trabalho (MPT) e Justiça de São Jerônimo. A categoria tenta antecipar a reunião para as 10h.

– Se cruzarmos os braços, nada acontece. Nesta semana, tem que ser definida a situação dos trabalhadores – aponta o presidente do sindicato, Jorge Luis Silveira de Carvalho, se referindo à época de final de ano, com aumento de gastos e quando deveriam receber 13º salário e férias.

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– Não faremos nada até quinta-feira, mas se não resolverem, aí acaba a civilidade. A situação está desesperadora, porque tem gente que não tem o que comer – afirma Carvalho.

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ZH não conseguiu contato com a Iesa nesta terça-feira e não há representantes na sede. A segurança privada que está no local liberou a entrada dos manifestantes no prédio.

Na época das demissões, a empresa disse que o que levou a isso foi a rescisão de contrato pela Petrobras, que cancelou a licitação de US$ 800 milhões ganha pela Iesa para produzir módulos de plataformas em Charqueadas. A Iesa entrou em crise financeira e descumpriu contrato. A diretoria negou que os desligamentos tenham relação com a Operação Lava-Jato.

No entanto, dias antes do anúncio, o presidente da Iesa, Valdir Carreiro, e o diretor Otto Sparenberg foram presos na Lava-Jato. O Grupo Inepar, dono da Iesa, está em recuperação judicial.

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