A rotina de trabalho da programadora de manutenção Silvaní Aparecida Faust costuma ser sempre agitada. Entre os ajustes de calendários na fábrica, a rotina da casa e as atividades de lazer, ela arranja tempo para se dedicar ao próximo.

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– Para a gente é tão gratificante e satisfatório poder ajudar. É um orgulho que você sente em fazer o bem e ver o quanto essas pessoas são gratas pelo pouco que você faz a elas.

Silvaní trabalha há 17 anos na Tupy e faz parte de um grupo chamado Transformadores. Desde dezembro de 2017, a turma, que hoje conta com 107 voluntários, já realizou ao menos 28 ações. Neste ano, foram mais de 793 horas de dedicação às atividades.

A motivação partiu dos próprios voluntários, inclusive da Silvaní. O olhar atento e a sensibilidade da programadora a fizeram perceber as dificuldades de alguns colegas de trabalho dentro do próprio setor. Após notar que colegas que estavam afastados por motivos de saúde não recebiam o salário há meses, ela começou a se mexer para ajudar.

– Eu ficava sabendo da situação e mobilizava pessoas da minha área ou de áreas próximas para arrecadar alimento, pagar alguma conta ou comprar algum remédio. A gente fazia alguma coisa para que elas não se sentissem abandonadas – conta.

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A ideia começou a se abranger e, hoje, voluntários da Tupy, Coopertupy e Associação Atlética Tupy unem forças para alcançar como podem a quem não tem amparo ou quem precisa de alguma ajuda.

O trabalho mais recente do grupo foi uma reforma na Escola Municipal Presidente Castello Branco – Extensão, no bairro Boa Vista. A área da Educação Infantil da escola está passando por um projeto de revitalização. Os Transformadores Tupy se disponibilizaram para ajudar na pintura do muro onde fica o parque de brinquedos. Participaram dessa atividade oito voluntários orientados por um membro do grupo, o supervisor de manutenção predial, Romário Sousa Barroso. Um dos alunos é filho de um dos voluntários e, inclusive, já inaugurou o espaço reformado pelo pai e demais integrantes.

– O bacana do grupo é que cada pessoa ajuda ou trabalha conforme suas habilidades. Se a pessoa se identifica com obras, como é o meu caso, é direcionado para trabalhos de construção e reformas – diz Romário.

Para localizar novos projetos, a área de Responsabilidade Social da Tupy faz o levantamento na comunidade e depois as propostas são apresentadas ao grupo para verificar a viabilidade.

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Casa de idosos recebeu uma das ações mais marcantes

Umas das atividades que mais marcou o grupo foi a reforma em um quarto de asilo, a Vila Vicentina. O lar é diferenciado por ser de acolhimento a mulheres idosas que moram sozinhas e tem baixa renda. Cada moradora tem sua própria casa, faz suas próprias refeições e é responsável pelo local ao mesmo tempo em que têm o apoio das outras moradoras e dos responsáveis pelo lar, todos voluntários. De acordo com Paulo Pacheco, responsável pela administração do lar de idosos, as idosas contribuem com uma mensalidade de R$ 190 por mês. Hoje, o local conta com 13 idosas, podendo chegar a até 16.

Me fez refletir a quem devemos valorizar nessa vida, que são as pessoas próximas", destacou Romário Souza Barroso, supervisor de manutenção predial

Em um dos quartos, a última moradora tinha sido uma mulher de 92 anos. Em razão da falta de condições, o local onde estava abrigada precisava de um retoque para receber a próxima moradora. Foi nesse momento em que o grupo se mobilizou para a reforma. Mesmo diante da correria do dia-a-dia, por cinco fins de semana consecutivos os voluntários se dividiram entre as atividades para transformar o quarto que abrigaria, em algumas semanas, a nova moradora, Adélia Mariano dos Anjos, de 60 anos. Ela, por sua vez, ficou feliz da vida com o resultado e, para retribuir, os moradores e responsáveis pelo lar fizeram uma homenagem aos voluntários.

Já para Silvaní, o impacto foi positivo não só para quem fez os trabalhos, mas para quem o recebeu.

– O dia da entrega foi muito emocionante. Era gratidão de nós que fizemos, de quem estava recebendo, de outros moradores do asilo que gostavam de acompanhar e tomar um café com a gente. Elas ensaiaram uma homenagem foi muito lindo – ressalta.

Paulo, administrador do local, confirma:

– Esse foi um presente que caiu do céu. A gente faz o bem, mas não sozinho. Eles vieram na hora certa, no momento em que o aluguel iria vencer. Eles são os anjos da Tupy – finaliza.

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