Os servidores da Prefeitura de Florianópolis e da Comcap decidiram manter os serviços do Município, pelo menos até quinta-feira (08). Em assembleia na tarde desta terça na Praça Tancredo Neves, cerca de 3 mil funcionários rejeitaram a proposta de reajuste salarial do Executivo, mas optaram por não iniciar outra greve. Uma nova assembleia está marcada para daqui dois dias.
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Da praça, os funcionários seguiram em passeata até o gabinete do prefeito Gean Loureiro em protesto. Entre as principais reivindicações do sindicato da categoria (Sintrasem), está o reajuste da inflação (4,08%) de forma integral, o pagamento de parcelas atrasadas do PCCV e a convocação de aprovados em concursos públicos. Segundo a entidade, a prefeitura propôs repor a inflação em três parcelas: 1,5% em novembro e fevereiro e mais 1% em abril.
— Na nossa avaliação, a proposta precisa melhorar para que de fato a greve não saia. Do jeito que ela está colocada, não tem outro caminho. Então faremos uma nova assembleia nesta quinta-feira para ver se o Executivo avança nessa proposta que nos apresentou — argumentou a diretora de comunicação do Sintrasem, Ana Silva.
A prefeitura encaminhou aos servidores uma proposta de reposição salarial de 4% a ser paga em parcelas. Seria 1,5% em setembro, 1,5% em janeiro de 2017 e 1% em abril de 2017. Em nota, o município informou que, diante do cenário financeiro atual e da Lei de Responsabilidade Fiscal, fica impedida de conceder o reajuste pedido. Também disse que mantém a disposição de diálogo buscando atender aos pontos das reivindicações que não tenham impacto financeiro. Uma reunião de negociação com os servidores devem ocorrer nesta quarta-feira.
No começo do ano, greve dos servidores municipais de Florianópolis durou 38 dias.
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Trabalhadores do transporte público podem parar nesta madrugada
Às 22h, está marcada uma assembleia dos funcionários das empresas de ônibus da Grande Florianópolis, que já se encontram em estado de greve. Eles podem paralisar as atividades à zero hora de quarta-feira.
Diretor do sindicato das empresas de ônibus de Florianópolis (Setuf), Roger Silva informa que já houve até agora oito reuniões entre empresários e trabalhadores, o que prova que as empresas estão dispostas a negociar. No entanto, ele não revelou os reajustes negociados.
— O processo negocial está acontecendo, não tenho como adiantar nenhum tipo de proposta, até para não atrapalhar as negociações. A gente tem esperança de que no transcorrer do dia teremos um acordo.
O sindicato dos trabalhadores do transporte público (Sintraturb) encaminhou ao Ministério Público do Trabalho uma proposta para que a frota circule com 100% da capacidade com a catraca liberada.
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— Assim os usuários não seriam prejudicados e somente os reais responsáveis serão afetados — argumentou Deonísio Linder, secretário de comunicação do sindicato.
No entanto, essa proposta está fora de cogitação pelos empresários, a não ser que a prefeitura arcasse com os custos da catraca livre.