O Comitê de Funcionários da OEA (Organização dos Estados Americanos) repudiou internamente, na quinta-feira (24), uma postagem de Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, e ex-assessor especial da Presidência da República, que classificou como “racista, homofóbica e vulgar”.

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Arthur, que assumiu na última semana o cargo de secretário de Segurança Multidimensional do órgão, escreveu nesta quinta que, após um “latino” lhe dizer que teríamos que nos adaptar ao chamado novo normal, respondeu: “Meus ovos na garganta de quem tiver inventado isso”.

— Consideramos que a mensagem é racista, homofóbica e vulgar e está completamente fora de linha com os objetivos da Secretaria-Geral da OEA — diz a nota interna noticiada primeiro pelo jornal O Globo e à qual a reportagem teve acesso.

— Acreditamos que esta mensagem atrai uma atenção negativa não desejada para a organização e deprecia o nosso trabalho como servidores públicos internacionais para promover a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento integral no hemisfério — continua.

A nota também menciona a Regra 101.4, para funcionários, que proíbe explicitamente as declarações públicas à imprensa e outros meios de informação pública que fujam de suas atribuições. Por fim, o comitê afirma que comunicou sua preocupação diretamente ao secretário-geral, Luis Almagro.

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Na gestão do uruguaio, forte crítico do chavismo, a OEA deixou de ser um organismo facilitador do diálogo pelo fim de crises institucionais e pró-defesa de direitos humanos para ganhar contorno de instituição política, que adota uma linha clara de defesa da direita na América Latina.

A ida de Arthur Weintraub para o órgão e a polêmica retirada do brasileiro Paulo Abrão, então secretário-executivo da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), de seu cargo mostram a proximidade de Almagro com o governo de Jair Bolsonaro.

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A decisão contra Abrão foi apoiada pelo Planalto uma vez que o considerava de orientação ideológica à esquerda por ter trabalhado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff como secretário nacional de Justiça.

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