A madrugada desta quarta-feira foi de intensa movimentação no Hospital Florianópolis, unidade de saúde que recebeu dois envolvidos no tiroteio ocorrido em uma casa de prostituição da região continental da Capital. Além do delegado Adriano Antônio Soares, 47 anos, que morreu logo após dar entrada na emergência, o hospital também recebeu o vendedor de cachorro-quente Nilton Cesar Souza Júnior, de 36 anos, ainda internado na unidade.

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A reportagem teve acesso ao relato de um funcionário do Hospital Florianópolis, que preferiu não ser identificado. Segundo o funcionário, Adriano já chegou em estado crítico e apenas manifestou que era delegado da Polícia Federal antes de morrer, cerca de 15 a 20 minutos mais tarde. Já Nilton, que foi estabilizado pela equipe médica, chegou a comentar o que aconteceu na casa noturna. Segundo ele contou após dar entrada, a confusão teve início quando os dois delegados mortos no tiroteio fizeram ameaças a dois de seus funcionários, que também estavam no estabelecimento.

—As únicas palavras dele é que houve um desentendimento lá em cima e, quando eles desceram, aconteceu o confronto — contou o funcionário.

Ainda conforme o relato do funcionário do hospital, um tiro foi disparado por uma pessoa que estava próxima da unidade e que teria a intenção de atingir um táxi. A chegada das vítimas e os tiros no lado de fora provocaram momentos de tensão no hospital. Segundo relatos, cerca de 20 policiais passaram pelo local durante a madrugada.

—Estava meio tenso. Era muito policial federal lá na frente. Todo mundo meio atônito, sem saber o que estava acontecendo. Era uma turma grande que está fazendo, se não me engano, um curso aqui no Centro. Quando o pessoal soube, veio todo mundo para ali — conta o funcionário.

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Entenda o caso

A troca de tiros que terminou com a morte de dois delegados da Polícia Federal na madrugada desta quarta-feira, em Florianópolis, envolve três pessoas já identificadas e pelo menos outras duas ainda não localizadas. O confronto ocorreu numa casa noturna. Morreram na ocorrência os delegados Elias Escobar, 60 anos, e Adriano Antônio Soares, 47 anos. Elias morreu ainda no local e Adriano perdeu a vida após dar entrada no hospital.

Nilton Cesar Souza Junior, 36 anos, vendedor de cachorro-quente apontado como o responsável por atirar contra os delegados, também foi baleado na confusão e está internado sob custódia no Hospital Florianópolis.

A Delegacia de Homicídios ainda faz buscas a outros dois homens que teriam auxiliado Nilton nos crimes. Segundo a apuração inicial da polícia, Nilton e dois amigos teriam se desentendido com os delegados, o que causou a troca de tiros.