Nos últimos tempos, quem mora em Blumenau tem percebido os dias mais acinzentados. O “céu de brigadeiro”, sem nuvens, parece ter virado apenas uma lembrança. No lugar, nevoeiros e a fumaça vinda das queimadas na Amazônia transformam cotidianamente a paisagem (confira fotos do antes e depois abaixo). Além de triste e curioso de se observar, o cenário tem potencial de prejudicar a saúde, alertam especialistas.

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As fumaças das queimadas em diferentes biomas, especialmente a Amazônia, começaram a chegar a Santa Catarina há quase um mês. Desde então, um fluxo continuado de fuligem passa pelas cidades, incluindo Blumenau. O resultado são dias com o material cinza na atmosfera, além do entardecer e amanhecer mais avermelhado, por conta do efeito do encontro dos raios solares com as partículas da poluição.

Em paralelo estão os nevoeiros, comuns nesta época do ano e que prejudicam a visibilidade pela manhã. De maneira geral, com o passar das horas a tendência é que esse tipo de nuvem se dissipe. Ou seja, o céu continua cinza, mas por conta da fumaça. A Defesa Civil já emitiu um alerta sobre as consequências disso. Pessoas mais sensíveis, como crianças, idosos e aqueles que possuem doenças respiratórias, podem ter tosse, dificuldade para respirar ou irritação nos olhos.

O retrato das queimadas — e indiretamente da seca em boa parte do Brasil — na maior cidade do Vale do Itajaí deve ter alteração nos próximos dias. A meteorologista da Defesa Civil municipal, Tatiane Martins, explica que o avanço de uma frente fria vai carregar essa fuligem em direção ao Sudeste brasileiro. A fumaça também deve ser “lavada” pela chuva que vai atingir Blumenau e região a partir do próximo fim de semana.

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Não se descarta, inclusive, as chances de ocorrer a chamada “chuva preta”, que nada mais é do que a água da precipitação misturada com a poluição e a fumaça, o que a deixa com a cor escura. Esse tipo de chuva não deve ser armazenado para consumo humano ou animal.

Veja o antes e depois de Blumenau

Voltará a chover em Santa Catarina com mais frequência a partir da segunda quinzena deste mês, comenta o meteorologista da Epagri/Ciram, Marcelo Martins. Não significa, porém, que eventos extremos (desde estiagens a enxurradas) estão descartados. No cenário atual, é impossível garantir que eles deem uma trégua em qualquer ponto do Brasil.

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