Por volta das 10h10min desta terça-feira, o senador Demóstenes Torres chegou ao Conselho de Ética do Senado. O presidente do Conselho, senador Antônio Carlos Valadares, abriu a sessão em seguida. Demóstenes sentou-se na bancada, ao lado de seu advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que o orienta durante o depoimento.
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Valadares insistiu pela verdade e Demóstenes começou a falar às 10h20min. Logo no início, o senador disse que este era o pior momento de sua vida. Alegou que tem enfrentado depressão, tomado remédio para dormir que não funcionam, fuga dos amigos. Disse também que só mantém as forças porque redescobriu Deus.
Demóstenes negou envolvimento com jogos ilegais e disse que não sabia das relações do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, apesar de manter com ele uma amizade próxima.
Por volta das 12h20min começou a responder aos questionamentos dos outros senadores.
Neste momento, alegou que as escutas telefônicas que gravaram suas conversas com Cachoeira são ilegais. – Fui investigado clandestinamente – diz ele acrescentando que o processo todo é resultado do desejo da Polícia Federal e do Ministério Público de criarem um Estado policialesco.
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O presidente do Conselho, senador Antônio Carlos Valadares marcou para a próxima terça-feira, dia 5 de junho, às 10h, uma reunião para apreciação de requerimentos apresentados pela defesa, pois esses documentos não podem ser avaliados nem pelo presidente nem pelo relator, mas devem ser submetidos ao crivo do Conselho.
Acompanhe os boletins do depoimento:
* 15h25min:
O presidente do Conselho, senador Antônio Carlos Valadares, encerra a sessão.
* 14h40min:
O senador Randolfe Rodrigues pergunta a Demóstenes por qual motivo ele acredita estar sendo vítima de um complô para desmoralizá-lo, e questiona quem estaria por trás disso.
– A Polícia Federal e o Ministério Público fazem isso para pegar um parlamentar e destruí-lo, para criar estado policialesco no Brasil – responde Demóstenes.
Randolfe questiona ainda se Demóstenes acha aceitável que uma figura pública utilize de favor pago por cidadão – sobretudo se esse cidadão se trata de um contraventor. (Falando sobre o Nextel habiliatdo nos EUA e pago por Cachoeira que Demóstenes usava.)
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– 40, 50 reais… qual o problema? – responde o senador.
– O senhor acha aceitável
* 14h20min:
O senador Fernando Collor questiona se Demóstenes acredita que a Procuradora da República Léa Batista de Oliveira entregou aos repórteres da revista Veja o inquérito que estava sob segredo de Justiça
– Não há como dizer, mas de alguma forma eles chegaram a isso – responde o senador.
* 13h50min:
Demóstenes sobre tentativa de aprovar projeto favorável ao jogo ilegal no Congresso:
– Nem tudo que se diz, se faz. Eu não fiz nada. A prova maior são vocês senadores que aqui se encontram. Qual senador aqui eu procurei para legalizar o jogo? Nenhum.
* 13h35min:
O senador afirmou que, apesar de não ter declarado a quantia ao sair do país, levou entre 4 mil e 5 mil euros para lua de mel.
* 13h30min:
O senador petista Humberto Costa referiu-se a uma suposta encomenda de grampo falso de Demóstenes e Gilmar Mendes feito por Dadá. Demóstenes rebateu afirmando que estas informações não constavam no auto da Polícia Federal. Ele negou o grampo falso.
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* 13h05min:
Demóstenes enfatiza o fato das gravações:
– São evidentemente ilegais e coloca em risco a democracia no Brasil. Dá a entender que é mais efetivo o trabalho da polícia e do Ministério Público do que dos minitros do Supremo. Fui investigado clandestinamente, mas tenho condições de me defender no mérito. Já disse que muito do que foi apresentado contra mim é fruto de edições. Mas vou me defender.
– As páginas do Ministério Público são rabiscadas e numeradas pela Polícia Federal. Nunca vi isso. Vou deixar para discutir na Justiça, mas o fato é que fui investigado clandestinamente.
* 12h45min:
O relator Humberto Costa pergunta a Demóstenes se ele mantinha amizade próxima, com visitas frequentes ao bicheiro Carlinhos Cahoeira.
– De certa foram, sim. Mas o contato pessoal não significa participação em afazeres ocultos, sempre me opus ao jogo – respondeu o senador.
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Na sequência, Costa pergunta se Demóstenes reconhece que a voz nas garvações é sua.
– Não. Há muitas conversas que travei, mas muitas foram montadas e editadas.
* 12h20min:
Senador Demóstenes encerra seu depoimento se defendendo das acusações e afirma que vai responder às perguntas dos parlamentares.
* 12h:
Senador nega que tenha viajado a Berlim com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, com despesas pagas pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes explicou que Mendes tinha uma viagem de trabalho em Granada, na Espanha, enquanto ele estava em Praga. Então, os dois marcaram de se encontrar em Berlim, pois Mendes tem uma filha que mora na cidade.
– Evidentemente, Cachoeira não estava conosco em Berlim, não tinha razão nenhuma para isso. O avião era de São Paulo para cá e eu utilizei o avião, não o ministro Gilmar Mendes. Eu espero que esta história tenha ficado esclarecida.
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* 11h45min:
Demóstenes cita o procurador Roberto Gurgel, que levanta a suspeita de que ele seria sócio oculto da empresa Delta.
– No dia 19 de abril de 2012, em entrevista dada por Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, ao jornal Folha de S. Paulo diz: “Nunca vi Demóstenes. Ele não é socio da Delta. Põe isso na sua cabeça. Já invetaram dezenas de sócios para a Delta”
– Então, como posso ser sócio de alguém que eu nem conheço? – questina o senador.
* 11h15min
Senador explica sua relação com autoridades – segundo ele, estritamente profissionais. Citou como exemplo o ministro Fernando Haddad, da Educação, a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente e ministro Alexandre Padilha, da Saúde, com quem teria tido contato profissional, dos quais recebeu ajuda dentro das atribuições de cada um.
– Nunca houve ações ilegais minhas, não houve quebra de decoro parlamentar.
* 10h45min
Leu os autos do processo. Citou várias manifestações de procuradores da república, delegados e outras autoridades buscando provar o que havia dito no início de seu depoimento, de que muitas acusações são desementidas pelos próprios autos do processo.
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– Muita coisa é desmentida pelos próprioa autos. Maioria das acusações não tem importâcia penal ética alguma. Fiz questão de ler os autos porque neles é possível ver que eu jamais tive participação em qualquer esquema de jogos ilegais.
* 10h30min
– Eu tenho orgulho do que eu fiz, da profissão que optei, do meu trabalho. Só pude chegar aqui hoje porque redescobri Deus. Se cheguei aqui foi porque redescobri a fé. Quero dizer aos senhores que neste Senado tive uma atuação operosa. Relatei quase 1.300 proposições legislativas.
Entre elas citou o Estatuto do Idoso, Lei da Ficha Limpa, Lei de Acesso a Documentos Públicos.
* 10h20min
– Vivo o pior momentop da minha vida, que jamais imaginaria passar. Desde fevereiro passei a enfrentar algo que nunca teria enfrentado. Depressão remédio pra dormir e talvez campanha sistemática mais orquestrada da história do Brasil. Pai de família que sou, pensei em muita coisa. Pensei em renunciar ao meu mandato – diz o Senador.