A massa de ar polar que acabou de vez com o veranico de inverno proporcionou uma mínima de -3ºC nesta quarta em Urupema. No alto do Morro das Antenas, a 1.750 metros acima do nível do mar, houve ocorrência de sincelo, um fenômeno raro no Brasil, mas comum por lá, e que consiste no congelamento de um nevoeiro ao tocar a superfície. Já a geada, devido à umidade e ao vento, se formou com fraca intensidade em São Joaquim. Para esta quinta-feira tudo indica que o frio vai aumentar.
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A Central RBS de Meteorologia prevê mínimas em torno dos -6ºC em Urupema. Sem vento e umidade, a geada deve ser intensa não apenas na Serra, mas também no Meio-Oeste, Oeste, Planalto Norte e possivelmente no Sul do Estado.
– É meio difícil, mas nada impede de a temperatura ficar bem próxima aos -8,3ºC, porque será muito frio -, diz o meteorologista Leandro Puchalski.

Sincelo se formou no Morro das Torres, em Urupema
Foto: Marília Oliveira, Prefeitura de Urupema, Divulgação
Depois dos -8,3ºC no último dia 14 – que se consolidou como a décima mais baixa em 91 anos de monitoramento por órgãos oficiais como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Ciram/Epagri -, a segunda menor temperatura do ano no Brasil até agora foi de -7,7ºC no dia 23 de julho, no Morro da Igreja, entre Urubici e Bom Jardim da Serra.
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Com o afastamento da atual massa de ar polar, o frio diminuirá na sexta-feira. Para o sábado, a previsão é de tempo seco e céu aberto em todo Estado. Já no domingo deve começar a chover pela manhã no Extremo-Oeste e ao longo do dia em todas as regiões. Leandro Puchalski prevê um início de setembro chuvoso em Santa Catarina.
Confira as fotos do frio desta quarta-feira
Alerta aos fruticultores da Serra e Meio-Oeste
A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) orienta os produtores de frutas de caroço, especialmente ameixa, pêssego e pêra, a protegerem os seus pomares nas regiões de Bom Retiro, Urubici, Campos Novos, Fraiburgo e Videira. A geada desta quinta-feira pode ser fatal para estas produções.
Congelamento artificial por aspersão de água e queima de pneus ou serragem com óleo nos pomares, produzindo uma camada de fumaça para isolar as árvores e não deixar e geada se formar sobre elas, são algumas dicas do agrônomo Názaro Lima, da estação experimental de São Joaquim, para evitar prejuízos.
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As pastagens também podem ser atingidas, inclusive a aveia e os trevos, que são culturas de inverno. Se isso acontecer, o dano maior fica por conta do gado que, pela falta de comida, produzirá menos leite e sofrerá retardo no engorde.
Com relação à maçã, um dos principais produtos econômicos especialmente da Serra, maior produtora do Brasil com cerca de 400 mil toneladas por safra, o agrônomo da Epagri explica que, neste momento, não há problemas com a geada, uma vez que a fruta ainda nem começou a brotar.
O frio intenso não pode acontecer durante a florada, que começará em meados de setembro, aí sim sob o risco de destruição das plantas.
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Názaro Lima diz ainda que, para a agricultura em geral, a geada desta quinta-feira também não deve representar prejuízos, uma vez que os plantios ainda não foram iniciados nas lavouras.