O frio intenso na região tem trazido preocupações aos agricultores de todo o Estado. Mesmo com a confirmação emitida quarta-feira de que a geada negra não chegará a Santa Catarina, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) indica que os agricultores permaneçam em estado de alerta.

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– Apenas a geada branca deve ocorrer, mas a situação ainda é preocupante. Ela é altamente prejudicial e mesmo em lugares onde ela pode não ser tão intensa, como no Litoral e no Alto Vale. A geada convencional é muito perigosa, já que há muitas plantações nessas regiões durante este período do ano – alerta Marcelo Martins, meteorologista da Epagri.

Na plantação de hortaliças de Cesar Augusto Lana, no Bairro Espinheiros, em Itajaí, os trabalhadores estão torcendo para que o frio dê uma trégua. No local, não foram tomadas novas medidas contra as temperaturas baixas, como a colocação de uma lona sobre a plantação.

– Já tínhamos essa cobertura, na verdade, colocamos para fazer um teste contra a chuva. Foi até bom para proteger parte da plantação contra o frio, mesmo a gente sabendo que esse teto pode não ser o suficiente contra uma geada mais forte – conta.

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Cesar diz que nunca tinha visto frio tão intenso em Itajaí. No momento, o agricultor explica que a plantação não foi afetada pelo frio, apenas pela chuvas da última semana.

– Espero que não piore o frio. Nos avisaram na segunda para irrigar as plantas à noite para evitar danos, mas é muito complicado para a gente fazer isso, assim como é caro colocar novas coberturas de última hora. Infelizmente vamos contar com a sorte – diz.

A agricultora Ilma Victorino Reichert planta aipim há mais de 30 anos e também afirma que as temperaturas a surpreenderam.

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– Não vi nada igual em todos os anos de plantio. Lembro de quando eu era pequena, meu pai me contou de uma geada que matou grande parte da plantação dele, mas isso faz mais de 50 anos – conta Ilma.

A plantação da agricultora, no Bairro Brilhante, ainda não sofreu danos. Segundo ela, foram tomadas todas as medidas possíveis para resguardar as plantas:

– Não tinha muito o que fazer, indicaram que eu escondesse as raízes com ramas, consegui fazer isso com algumas, mas não deu para fazer com toda a extensão. Agora é esperar para ver.

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De acordo com José Alberto Noldin, gerente da estação experimental da Epagri de Itajaí, na madrugada terça para quarta a empresa registrou a mínima de 1,3 graus em Itajaí. Para Noldin, ainda é cedo para medir os danos, já que os efeitos não são imediatos nas plantas, onde o frio não é tão intenso.

– Pode demorar até uma semana para a gente descobrir os possíveis danos. É muito cedo ainda para prever os prejuízos.

Prevenção

Arthur de Jesus, secretário de Agricultura de Itajaí, explica que a prefeitura tem um contrato com a Epagri, que fornece uma consultoria para os agricultores cidade:

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– Esse frio não é bom para quem planta, por isso é importante essa prestação de serviços da Epagri, monitorando e alertando os agricultores do que fazer.

O gerente da Epagri, José Alberto Noldin, explica que são poucas as formas de se preparar para o frio intenso, mas que a proteção com estufas e coberturas podem ajudar tanto nas baixas temperaturas, quanto no caso de chuvas intensas, como as que ocorreram nas últimas semanas.