Passada a semana de frio intenso no Estado, os agricultores contabilizam os prejuízos com a perda de lavouras inteiras. Os consumidores, por sua vez, sentem no bolso o aumento dos preços. Os folhosos e as hortaliças, além de verduras como brócolis chinês, couve-flor e repolho foram os mais afetados e o repasse já chegou às prateleiras dos supermercados e feiras. A má notícia para a população é que vem mais aumento por aí.

Continua depois da publicidade

Tudo isso porque o frio intenso, a neve e a geada queimaram muitas folhas, e em alguns casos, só na hora da colheita é possível avaliar as perdas. Além do tempo frio, a chuva também afeta a produção. Segundo o diretor do Ceasa de Santa Catarina, Felício Francisco Silveira, o preço sobe porque eles são obrigados a buscar os produtos com outros fornecedores além dos da região. Ele explica que em média os aumentos foram entre 10% e 30%.

– No dia seguinte da neve, na semana passada, veio a geada, e produtores de Águas Mornas, Santo Amaro e Antônio Carlos perderam colheitas inteiras de couve-flor, repolho, salsa, chuchu entre outros – lamenta.

Nos próximos dias o tomate e a banana também devem sofrer reajustes. A caixa de banana, que está em média R$ 25, deve chegar a R$ 40. A engenheira agrônoma Monique Souza explica que a planta é típica do clima tropical, e sofre com a umidade, aparecendo manchas negras nas folhas que afetam o desenvolvimento dos cachos.

Continua depois da publicidade

– O produtor investe alto e perde parte da produção. Os supermercados precisam pagar mais impostos e transporte de outros estados, e tudo isso reflete no preço final – explica.

Consumidores sentem o aumentos

A professora Fabiola Burico da Costa costuma fazer compras semanalmente no Direto do Campo na Agronômica, e já percebeu que alguns produtos estão mais caros.

– O brócolis estava R$ 1,50 na semana passada, hoje já está R$ 2 – comenta.

O subgerente do Bistek, Emerson Agostine explica que o setor de hortifruti é um dos que mais sofrem variações de preços, pois qualquer mudança de temperatura afeta a produção. No Supermercado Giassi, em São José, os preços ainda não subiram, mas o supervisor de hortifruti, Valdir de Moura, acredita que em pouco tempo deve aumentar.

Continua depois da publicidade

– O alface ainda tá vindo, mas a qualidade não é tão boa. Quando as folhagens começam a acabar, somos obrigados a buscar em outros lugares, e o custo do transporte deixa mais caro – explica.

Já no Supermercado Imperatriz, somente os folhosos sofreram reajustes de cerca de 20%, mas o supervisor de hortifruti Valmir Ferreira já soube dos produtores que os produtos que seriam colhidos mais pra frente, como chuchu, batata doce e banana devem custar mais caro.

– Os clientes devem sentir daqui uns 20 dias esta variação – diz.