A produção de vinhos poderá sofrer queda na próxima safra no Meio-Oeste e na Serra. As perdas estão ligadas às baixas temperaturas que atingiram o Estado nos últimos dias. Em alguns locais, cerca de 70% das parreiras foram atingidas.

Continua depois da publicidade

Os levantamentos são preliminares, e os produtores tentam driblar as adversidades e testam estratégias para salvar parte do cultivo.

Na Vinícola Villaggio Grando em Água Doce, mais de 30 hectares de uva foram danificados pelo frio. Depois da geada, as parreiras estão passando por nova poda para que possam produzir pelo menos um pouco.

A expectativa é colher metade do que estava previsto para 2013. Porém, a ideia principal da retirada dos galhos danificados é a preservação das plantas, para que elas possam voltar a produzir na próxima safra.

Conforme o gerente comercial da vinícola, Guilherme Grando, os primeiros cachos de uva já estavam em formação, o que agravou ainda mais as perdas. Ele afirma que as parreiras nunca haviam enfrentando um frio tão intenso em plena primavera.

Continua depois da publicidade

– Temos cem variedades plantadas para testes e pesquisas e outras 26 utilizadas na fabricação de vinhos e espumantes. Todas foram prejudicadas pelo frio intenso – explica.

Os cultivos que mais sofreram perdas foram os de uva malbec, cabernet sauvignon e chardonnay. Somente as parreiras que ainda não haviam sido podadas foram preservadas.

Mesmo com os aparentes prejuízos à indústria, há um reflexo positivo nas perdas causadas pelo frio dos últimos dias, que poderá ser sentido no paladar de quem tomar o vinho catarinense produzido no ano que vem.

A justificativa está ligada à qualidade da bebida. Como as parreiras devem dar menos cachos de uva, é possível que os grãos tenham maior concentração de componentes e resultem em um vinho diferenciado. A expectativa é que a uva seja mais carregada de açucares e aromas.

Continua depois da publicidade

Na Serra, os levantamentos iniciais apontam que houve perda de cerca de 40% nos parreirais, segundo a Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude.

Os produtores de maçã, pêssego e pera também foram prejudicados. No caso das macieiras, está prevista uma baixa de 20% a 40% na safra, já que as flores estavam fecundadas. Nas outras culturas, os frutos estavam pequenos e foram queimados pelo frio.

Água Doce, Urubici e São Joaquim decretaram situação de emergência por conta dos prejuízos. Em Água Doce, as baixas temperaturas fora de época causaram prejuízos de cerca de R$ 14 milhões à fruticultura, conforme a prefeitura.

As geadas causaram congelamento e morte dos tecidos vegetais das flores, frutos e ramos em desenvolvimento. No município, além da uva, o cultivo da maçã deverá sofrer prejuízos de 85% nos 375 hectares de plantação atingidos. Plantações de caqui, figo e trigo terão cerca de 70% da produção afetada.

Continua depois da publicidade