Tosse e espirros fazem parte dos sons do inverno. Além de casacos e cobertores, os antigripais, xaropes e termômetros também costumam sair dos armários. A baixa temperatura causa o aumento de bactérias e vírus, e as crianças, que têm sistema imunológico ainda em formação, são as mais vulneráveis às principais doenças do frio: resfriado, gripe, bronquiolite, crise asmática, pneumonia e meningites. O frio faz aumentar o número de pacientes com essas doenças nas redes de saúde pública e particular de Joinville.

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Os atendimentos de crianças com doenças respiratórias no Hospital Infantil de Joinville aumentou 50% desde o início do inverno. O número de crianças atendidas também cresceu na mesma proporção nas clínicas particulares devido às “doenças invernais”. A maioria com resfriado e gripe.

Em contrapartida, os prontos-atendimentos mantiveram no começo da estação o mesmo número de casos relacionados a doenças respiratórias se comparado ao da estação anterior.

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De acordo com médicos especialistas, as temperaturas mais baixas ajudam na propagação dos vírus e bactérias, e a permanência por mais tempo em locais fechados, como escolas e creches, também facilita o contágio.

Uma das crianças que fazem parte da estatística é Vinicius Gabriel Barbosa, de dois anos. Na manhã de ontem, o menino aguardava atendimento no Hospital Infantil. Torcedor do Corinthians, ele vestia agasalho do time e usava um par de tênis com estampa de bola, o que deixa visível seu esporte preferido: o futebol. Mas Vinicius não queria jogar bola. O motivo foi a febre acompanhada de uma crise de tosse persistente há três dias.

– Ele não conseguiu dormir nas duas últimas noites e hoje (ontem) quando acordou estava ardendo em febre. Eu me assustei e trouxe ele para a emergência – diz o pai Adelir Barbosa.

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Sistema imunológico infantil é mais vulnerável

O pneumologista pediátrico Lairton Valentim explica que crianças com menos de quatro anos não tem o sistema imunológico completamente formado, o que as torna um alvo mais fácil para as doenças respiratórias próprias do inverno.

– Os vírus têm alto potencial de contágio, principalmente entre as crianças que frequentam creches, berçários e escolas. O ideal seria as crianças entrarem na escola após os quatro anos, quando o sistema imunológico já estivesse formado – afirma o pediatra.

Além desses fatores, há outros dois que contribuem para o agravo das doenças respiratórias: o tabagismo e a poluição atmosférica.

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O médico pneumologista pediátrico Tiago Neves Veras alerta que a fumaça do cigarro e a poluição atmosférica irritam as vias aéreas, favorecendo o acesso de vírus e bactérias ao organismo.

– Crianças que tenham pais fumantes e moram no Centro têm mais predisposição para ficarem resfriadas ou com gripe – complementa.

Para saber se é resfriado ou gripe, os pais têm que ficar atentos.

– Se há febre, é gripe. Se a criança está com mais de 39 graus de febre ou se a febre persistir por mais de três dias, devem procurar uma avaliação médica – orienta Valentim.

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Dicas para prevenir doenças respiratórias

– Deixar sempre o ambiente ventilado.

– Tomar vacinas contra doenças respiratórias.

– Lavar as mãos frequentemente durante todo o dia.

– Beber bastante água, mesmo sem sentir sede.

– Repousar sempre que possível.

– Adotar a etiqueta da tosse (tossir no punho e no dorso)

– Evitar o contato de crianças sadias com crianças com infecção respiratória.

– Evitar o acúmulo de poeira em casa.

– Lavar e secar ao sol mantas, cobertores e blusas de lã guardadas por muito tempo.