A Globoaves vai demitir 225 funcionários da sua unidade em Lindóia do Sul. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Concórdia e Região, Jair Baller, numa assembleia nesta quinta-feira os funcionários aceitaram o parcelamento do pagamento, já que a empresa está com dificuldades para quitar o valor total das rescisões. Devem ficar vinculados à empresa apenas 25 a 30 funcionários para fazer a manutenção da unidade.

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As dificuldades começaram ainda no primeiro semestre do ano passado, quando o preço da saca de milho chegou próximo a R$ 60 para a indústrias. Faltou dinheiro e faltou milho para as aves dos cerca de 90 integrados.

Quando parou suas atividades, no dia 4 de julho do ano passado, o frigorífico abatia 60 mil frangos por dia e contava com 600 funcionários. Alguns não se encaixavam no sistema “lay off“, que é um pagamento feito com recursos do Fundo do Amparo o Trabalhador para fazer cursos, mantendo vínculo com a empresa. Outros se desligaram durante o processo.

Em dezembro, quando acabou o prazo do lay off, a Globoaves voltou a bancar integralmente o salário dos funcionários. A empresa tentava negociar com alguns mercados, como Egito, para retomar a produção. Mas aí veio a Operação Carne Fraca que resultou na suspensão das exportações para alguns mercados.

— Foi a última gota d’água para transbordar o copo — avaliou Baller.

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Ele afirmou que a expectativa é encaminhar os trabalhadores para outras agroindústrias. Duas empresas já demonstraram interesse na contratação.

Baller também acredita que, sem o passivo dos trabalhadores, alguma empresa possa comprar ou arrendar a unidade de Lindóia do Sul. Ele destacou que a planta tem apenas oito anos e pode abater o dobro do que abatia se forem utilizados dois turnos.

No final da tarde desta quinta-feira a Kaefer Agroindustrial Ltda comunicou que, após várias tentativas de retomada da operação, sem sucesso, agravadas pelos acontecimentos negativos ligados ao setor de carnes, se viu obrigada a rescindir os contratos.

“A empresa ressalta que mantém seu compromisso de buscar meios e alternativas que permitam a reativação da unidade produtora e, tão logo seja possível, retomar as contratações e as suas operações”, finaliza a nota.

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A paralisação da indústria preocupa a administração do município pois representa 24% da receita da prefeitura.