O frigorífico brasileiro Marfrig, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de carne, anunciou nesta segunda-feira um acordo para aquisição de negócios do grupo americano OSI no Brasil e em alguns países da Europa, orientado a fortalecer sua posição como fornecedor de frango. Em comunicado enviado aos investidores, a Marfrig, que conta com fábricas na Argentina, no Uruguai e Chile, além do Brasil, informou que o compromisso inclui 15 plantas no segmento de produtos processados e industrializados de aves e outras proteínas animais, com faturamento líquido anual da ordem de US$ 2 bilhões.
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O acordo foi avaliado inicialmente em US$ 680 milhões, dos quais US$ 400 milhões são em dinheiro e os US$ 280 milhões restantes “em ações ordinárias da Marfrig, que serão emitidas a valor de mercado no momento em que a transação for concluída”, segundo a nota. “A operação poderá envolver mais US$ 220 milhões, com base no futuro desempenho dos negócios situados na Europa”, acrescenta o comunicado.
O grupo americano, uma empresa de alimentos com quase um século de existência e com operações em 27 países na Europa, América, Ásia e Oceania, terá direito a um representante no conselho de administração do frigorífico. Os negócios da OSI adquiridos pela Marfrig na Europa são o Grupo Moy Park, com fábricas na Irlanda do Norte, Inglaterra, França e Holanda, o Kitchen Range Foods, que produz e distribui congelados, vegetais e panificados no Reino Unido, e a Albert Van Zoonen BV, que opera na Holanda.
Segundo a Marfrig, o Grupo Moy Park é a quarta maior empresa da Irlanda do Norte e o maior negócio de “produtos industrializados, in natura e de valor adicionado em frango do Reino Unido e com operações de processados também na França”. Os ativos brasileiros adquiridos são a Braslo Produtos de Carnes, fornecedora de redes de fast food, a Penasul Alimentos, que processa produtos industrializados de frangos e suínos, e a Agrofrango Indústria e Comércio de Alimentos, do setor de abate de frangos com produção vertical integrada.
As duas empresas, que esperam concluir as transações no segundo semestre deste ano, também se comprometeram a formar associações comerciais para buscar “sinergias nos negócios adquiridos”. Marfrig e OSI dizem acreditar que terão “benefícios significativos” e, no caso da empresa brasileira, “expandirá seu potencial com alimentos processados no Brasil, ao mesmo tempo em que agregará uma via direta de acesso ao mercado europeu”. Além disso, segundo o comunicado, a Marfrig se fortalecerá “como quarto maior produtor de carne bovina e um dos 10 maiores processadores de aves do mundo”.
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Em março, a Marfrig anunciou a compra das empresas DaGranja e Pena Branca, com o que entrou no mercado de aves, e um acordo para adquirir o grupo britânico CDB Meats, grande importador e distribuidor no Reino Unido. A Marfrig tem atualmente 18 unidades de abate de bovinos, outras 18 de produtos industrializados e processados, três de abate de cordeiros e cinco unidades de suínos.
A receita bruta da empresa subiu no primeiro trimestre do ano para R$ 1,181 bilhão, crescimento de 60,7% frente ao mesmo período de 2007. O frigorífico tinha, até 31 de março, ativos de R$ 4,646 bilhões.