Parte 1 das maltraçadas de hoje: e prossegue o frio (dizem estar passando) com tratamento meio que cinematográfico. Como se fosse novidade das grandes haver frio nestas bandas do mundo nesta época – temerário seria não ter e deduzirmos que cozinhamos sob os efeitos de coisas tipo efeito estufa, El Niño e outras.
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Inebria-se de imagens que exaltam as baixas temperaturas. Tudo tão lindo, descrições empolgadas, cenários de filmes, épicos ou de fadas. O que não vem ao natural, trata-se de providenciar para ter atração – como congelar uma árvore. Descreve-se o frio como se impelisse quem lê ou assiste a abraçá-lo como um brinquedo, um quadro muito bem-feito.
Olhada como atração, é muito bonito de apreciar imagem que emoldura o ambiente (normalmente rural), a casinha, a relva coberta de frio, um vaporzinho subindo. Mas só é bom em foto ou vídeo. Vá lidar na prática com este ambiente! Levantar de madrugada para tirar leite, manter limpa a plantação, buscar o capim da criação. Daqui a pouco, algum produto encarece e vai se culpar o frio. Este mesmo dos cenários sensacionais e imagens que gostamos tanto de contemplar. No frio que enxergamos como cartão-postal, tudo são flores.
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Parte 2 das maltraçadas de hoje: assistia ao novo tropeção da Seleção Brasileira, eliminada da Copa América de Futebol com um gol de mão da seleção do Peru. O que até então era só elogios a um “novo jeito” de os brasileiros jogarem, “num esquema mais leve”, segundo os comentários, rapidamente se transformou em ruidoso pedido da cabeça de Dunga e dos que o bancam. No apito final, fui às demais plataformas onde se tem notícias e comentários. Havia inflamados discursos.
Amanhece e leio que o processo contra Renan Calheiros, presidente do Senado, está parado há 1.235 dias, e ele reinando. Na outra casa, amarram-se pontas de todo jeito para que Cunha perca algo, sim, mas ainda menos do que imagina em relação a tudo que rola contra sua figura. E um sem-número de outros personagens fazendo ginásticas não concebidas aos comuns para, apesar de tudo, manterem-se em alta. O futebol, tratado como entretenimento, não é “notícia hard” como é a política.
Para o pessoal do futebol, pode mais: “Não presta”, “não serve”, “fora”. Para a turma da política, cuidados com a adjetivação. Para o futebol, sentenças. Para os caras da política, tempo.
Vale a pena equilibrar as cobranças e se livrar de todos. Todos.