O Convento de Santa Tereza, no Morro de Cabeçudas, que abriga as carmelitas em Itajaí tem problemas estruturais e precisa ser demolido. Grandes rachaduras horizontais cortam as paredes e indicam que o risco é iminente – o que fica claro no muro externo do mosteiro, que está prestes a desabar. As irmãs têm projeto de um novo convento, mas precisam de recursos financeiros para a obra.
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Zenaldo Feuser, morador de Cabeçudas, é o curador do Carmelo – convidado ao cargo pelas irmãs, ele é o administrador externo do convento – conseguiu que o aclamado arquiteto Bruno Metzler assinasse o projeto gratuitamente. Mas enfrentou a resistência das irmãs para que o profissional conseguisse visitar as instalações internas e pensar nas melhores soluções de espaço.
Foi a única vez, em 28 anos, que um estranho adentrou o mosteiro. Até então só sacerdotes haviam ultrapassado as grades, e em casos extremos quando as freiras precisaram de extrema unção, a bênção dada a pessoas à beira da morte.
O novo convento, que substituirá o atual, terá características mais contemporâneas no lado de fora. Mas, por dentro, deve manter as linhas das antigas igrejas católicas. A ideia é que a nova construção tenha mais “celas”, como as irmãs chamam os quartos. Hoje há espaço para 14, e a proposta é chegar a 25 – número máximo de freiras nos conventos carmelitas.
O projeto também inclui materiais de maior duração, para evitar desgastes e manutenção. Também terá sistema de aquecimento por placas solares e geração de energia eólica, que foram doados por um empresário paranaense. A nova construção, porém, deverá manter a austeridade prometida pelas irmãs nos votos de pobreza. Nem mesmo a ideia de banheiros individuais foi bem aceita pelas freiras, que consideram qualquer tipo de conforto um luxo desnecessário.
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– O conceito é de simplicidade absoluta – explica Feuser.
Recursos
A obra está orçada em R$ 4,2 milhões, e dois terços desse valor já foi garantido por doações. Mas as irmãs ainda precisam do resto do montante para que possam iniciar os trabalhos, que têm previsão de começar em novembro.
Nos 18 meses de duração das obras, as freiras ficarão em um abrigo improvisado na atual igreja do Carmelo.
COMO AJUDAR
Doações para as freiras podem feitas no Banco do Brasil, agência 0401-4, conta 28620-6/ ou Bradesco, banco 237, agência 0330-1, conta 035968-8
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Assista ao vídeo:
Uma instituição de Cabeçudas
As carmelitas chegaram a Itajaí em 1986, vindas de um convento na cidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, que havia chegado ao limite de lotação. A escolha de Itajaí foi sugestão de uma freira nascida aqui.
No início as irmãs se instalaram em uma casa alugada, na Fazenda. Meses depois receberam por doação de alemães uma casa no morro de Cabeçudas, que foi adaptada para receber o Carmelo Santa Teresa e da Divina Misericórdia.
Na época o convento era gerido pela Madre Priora Beatriz de Santa Teresa, já falecida, que completaria 100 anos em 2014.
Quase uma despedida
Em 2006, com o convento já precisando de reformas, as freiras receberam um terreno em Brusque e ensaiaram a mudança – prontamente impedida pela comunidade de Cabeçudas.
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O convento das carmelitas é uma instituição do bairro, faz parte da paisagem e da história de uma das localidades mais conhecidas de Itajaí.
Confira imagens da vida dentro do mosteiro