O gigante hipotecário americano Freddie Mac pediu hoje ao governo US$ 30,8 bilhões para sanear suas contas, que em 2008 acumularam perdas de US$ 50,119 bilhões. A firma, com participação do governo dos Estados Unidos desde setembro do ano passado, detalhou hoje, após o fechamento da Bolsa de Nova York, que em 2008 perdeu até 16 vezes mais do que em 2007, quando registrou US$ 3,094 bilhões em números vermelhos. A perda por ação passou de US$ 5,37 para US$ 34,6.

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– A Freddie Mac trabalha duro nesta crise histórica para continuar seu trabalho, fazendo tudo o que podemos para ajudar a estabilizar os mercados financeiros e impulsionar a recuperação do mercado imobiliário – disse a firma, através de um comunicado.

Explicou que, por esse motivo, “absorveu fortes perdas financeiras durante o ano passado, devido, fundamentalmente, ao ajuste ao valor de mercado de verbas e despesas relacionadas a empréstimos”.

– Ao mesmo tempo, estamos dando uma liquidez vital para o apressado mercado imobiliário, com a injeção de mais de US$ 460 bilhões em hipotecas durante 2008 – defendeu a firma.

Só nos três últimos meses do ano, a Freddie Mac perdeu US$ 23,852 bilhões (US$ 7,37 por ação), pouco menos que os US$ 25,295 bilhões (US$ 19,44 por título) que registrou em números vermelhos no mesmo período de 2007.

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Por outro lado, a receita líquida da firma duplicou (119%) entre 2007 e 2008, e chegou a US$ 6,796 bilhões, enquanto, na reta final do exercício passado, chegou a US$ 2,625 bilhões, 42% a mais que um ano antes.

– Em conformidade com o compromisso do financiamento do Tesouro, o diretor da Agência Federal de Financiamento à Habitação (FHFA, em inglês) apresentou um pedido de fundos no valor de US$ 30,8 bilhões – explicou a empresa subordinada agora a essa entidade pública e que espera receber os fundos este mês.

Essa quantidade se deve ao aumento das perdas da companhia devido a créditos hipotecários não pagos que já tinha registrado em suas contas e a desvalorização de instrumentos da dívida relacionados. Isso deixou um buraco em seus livros de US$ 30,7 bilhões que deve ser tapado com uma forte injeção de fundos, se quiser evitar a declaração de quebra.