Uma suposta fraude na eleição de 2019 de uma cooperativa de energia elétrica em Braço do Norte, no Sul de Santa Catarina, colocou agora 24 pessoas na Justiça, em que deverão responder pelos crimes de falsidade ideológica e associação criminosa. O Ministério Público estadual (MPSC) acusa o grupo de tentar ganhar eleitores ao ligar em nome deles relógios de energia em endereços onde não viviam.
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Entre os acusados na Justiça estão ex-membros da diretoria da Cerbranorte, cooperativa de energia que também atua em Rio Fortuna, município vizinho a Braço do Norte. O controle da empresa é determinado pelos votos dos próprios clientes, que são tidos como sócios quando passam a usar o serviço.
A investigação do caso teve início ainda em 2019, a partir de denúncias de que estariam sendo ligados relógios de energia em imóveis desocupados pelos supostos responsáveis. A Polícia Civil descobriu então que era feita essa ligação em nome de pessoas que sequer moravam em Braço do Norte, o que vetaria elas de votar, e de moradores que viviam em outros endereços, para criar uma duplicidade de votos.
Uma interceptação telefônica acompanhada de mandados de busca e apreensão indicou que todo o esquema era comandado por candidatos à reeleição, segundo divulgado pelo MPSC.
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A Promotoria acusa o grupo criminoso de também fornecer tíquete de gasolina, materiais de construção com valor de R$ 50 e contas de terceiros para angariar votos.
Antes de chegar à esfera criminal, a fraude foi alvo de ação cível, que já afastou os envolvidos da cooperativa e nomeou um interventor judicial para realizar novas eleições em outubro de 2021.
O MPSC afirma que há ainda outras 27 pessoas envolvidas no caso, às quais é atribuído apenas o crime de falsidade ideológica. A maior parte delas teria assinado um documento em que solicita uma nova unidade consumidora de energia em um endereço no qual não morava.
A esse grupo, foi oferecido um acordo de não persecução penal. Caso ele seja aceito, o processo é suspenso e, após o cumprimento dos termos, arquivado. Caso contrário, a ação é retomada.
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O NSC Total procurou por telefone a Cerbranorte, que não é alvo de acusação na ação criminal, dentro de seu horário comercial, mas não conseguiu contato com seu setor jurídico ou assessoria de imprensa. O espaço segue aberto para eventuais manisfestações por parte da cooperativa.
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