O papa Francisco partiu nesta sexta-feira para Cuba, onde manterá uma história reunião com o patriarca ortodoxo russo Kirill, antes de viajar para o México, onde defenderá os direitos dos migrantes e as vítimas da violência.
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Em uma sala do aeroporto José Martí de Havana será realizado o histórico encontro entre o chefe da Igreja católica e o patriarca da Igreja ortodoxa russa, o primeiro da história em quase um milênio.
Francisco antecipou seu voo para o México para poder realizar a escala em Cuba, enquanto que Kirill, que já se encontra na ilha, prosseguirá em seguida por onze dias visitando países da região, entre eles o Brasil e o Uruguai.
O papa será recebido pelo presidente cubano, Raúl Castro, que atuou como mediador da reunião, que durará duas horas e concluirá com uma declaração conjunta.
Os líderes das duas grandes igrejas cristãs estão preocupados com a violência do radicalismo islâmico e a perseguição contra os cristãos, tanto católicos como ortodoxos, no Oriente Médio e no norte e centro da África.
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A reunião, que o Vaticano tentou organizar em vão por décadas na Europa, foi acertada em meio a grande sigilo, em parte devido às resistências de alguns setores do patriarcado da Igreja ortodoxa, que representa 130 milhões de fiéis de um total de 250 milhões de ortodoxos.
Para muitos analistas, os estreitos vínculos entre o patriarcado e o presidente russo, Vladimir Putin, dão à reunião uma dimensão política e estratégica.
“Há um terceiro protagonista, o presidente Putin”, afirma, em seu blog, o vaticanista Marco Politi, que recorda que Francisco recebeu no ano passado o líder russo duas vezes no Vaticano.
“Seria ingenuidade pensar que a repentina disponibilidade do patriarca não esteja relacionada com o papel da Rússia neste momento geopolítico”, escreveu, referindo-se à crise na Síria, onde a Rússia tem papel de destaque.
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Depois, o Papa prosseguirá sua viagem para a Cidade do México, onde chegará no início da noite, horário local.
Francisco será recebido por milhares de pessoas munidas de lanternas e celulares acesos para estabelecer um recorde mundial através do que está sendo chamado de enorme “barreira de luz e oração”.
Será a sétima visita de um pontífice ao México, o segundo país mais católico do mundo depois do Brasil, com 100 milhões de fiéis.
O papa argentino, que conhece os grandes males e sofrimentos de seu continente, chegará a um país sacudido por uma grande violência, onde, na véspera, 52 pessoas morreram em uma rebelião no presídio de Monterrey.
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Com sua visita de cinco dias, Francisco deseja dar voz e esperança aos migrantes, às vítimas dos grupos criminosos do narcotráfico, da corrupção, dos abusos e da pobreza.
Sua viagem terminará na temida Ciudad Juárez, na fronteira com o Texas, tristemente conhecida pelos assassinatos de mulheres.
* AFP