A França “não hesitará” em restabelecer temporariamente os controles fronteiriços, como já fez na fronteira franco-italiana e como acabar de fazer a Alemanha, “se for necessários nos próximos dias ou semanas”, afirmou nesta quarta-feira o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.
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“Já restabelecemos nesta primavera (boreal) os controles temporais nesta fronteira (franco-italiana). E não hesitaremos em fazê-lo de novo (…) se for necessário nos próximos dias ou nas próximas semanas”, declarou o chefe de governo durante um debate na Assembleia Nacional sobre a acolhida de migrantes e refugiados.
“80% dos franceses está de acordo com os controles”, segundo uma pesquisa realizada a pedido de uma rede de televisão privada.
Já quase de noite, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, que se dirigiu ao Senado em nome do governo, anunciou que no ano transcorrido o número de demandantes de asilo que foram a princípio negados aumentou em 20%”, e “pensamos que esta tendência se manterá”.
Entre os deputados, como é habitual, os diferentes grupos de esquerda se reuniram sob o ‘lema’ da necessidade “moral” de acolher aqueles que fogem da guerra na Síria e no Iraque com a convicção de que a França pode superar o desafio, como no passado fez com os espanhóis que fugiam do franquismo ou os ‘boat-people’ vietnamitas e cambojanos.
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Valls anunciou a criação de 900 postos nas forças de ordem, principalmente na polícia fronteiriça, e que serão destinados 279 milhões de euros a mais em 2016 para acolher refugiados e demandantes de asilo.
No total, a França, que se comprometeu a acolher 24.000 refugiados nos próximos dois anos, destinará mais de 600 milhões de euros até o final de 2017 para atender os migrantes, explicou Valls.
* AFP