A ministra de Economia francesa, Christine Lagarde, anunciou nesta segunda-feira que o Estado injetará 10,5 bilhões de euros nos seis principais bancos privados do país – Crédit Agricole, BNP Paribas, Société Générale, Crédit Mutuel, Caisse d’ Epargne e Banque Populaire – até o fim do ano. A aplicação de fundos é “indispensável” para que estes bancos possam “financiar corretamente a economia”, explicou Lagarde à imprensa após se reunir com os responsáveis das entidades.
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Ela disse que o Crédit Agricole receberá 3 bilhões de euros, o BNP Paribas, 2,55 bilhões de euros, o Société Générale terá 1,7 bilhão de euros, o Crédit Mutuel ficará com 1,2 bilhão de euros, o Caisse d’Epargne, com 1,1 bilhão de euros, e o Banque Populaire, com 950 milhões de euros. Em comunicado, o Ministério da Economia francês acrescentou que, se for preciso, o Estado francês “está preparado” para injetar outros 10,5 bilhões de euros em 2009 “se as tensões do mercado persistissem”.
– Este acordo de princípio está submetido ao exame da Comissão Européia (CE) – especificou a ministra.
Do encontro com os bancos participou o presidente do Banco da França, Christian Noyer, que destacou que as seis entidades bancárias “não precisam, em absoluto, de fundos próprios”, nem de serem recapitalizadas. Noyer insistiu em que o único objetivo da operação é “acompanhar o financiamento da economia e a implementação de novos créditos”, pois os seis bancos “têm perfeitamente os fundos próprios necessários e estão bem capitalizados”.
O que ocorre é que “os mercados estão, nestes momentos, muito difíceis e não podem fornecer os fundos próprios correspondentes”, pelo que o Estado os daria mediante a subscrição de títulos, disse em declarações à emissora France Info.
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Em comunicado, o Banco da França afirmou que em um período no qual o estado dos mercados não lhes permite levantar os capitais necessários, a emissão de títulos subordinados assinados pelo Estado permitirá “garantir o financiamento da economia e manter um alto nível de solvência”. A instituição insistiu no fato de que o nível de fundos próprios dos bancos franceses é “de acordo ou superior ao que exigem a comissão bancária em cada estabelecimento”. Independentemente destas medidas, a ministra reiterou o compromisso do Estado, em outra ordem de coisas, de intervir em capital se um estabelecimento chegasse a atravessar sérias dificuldades.
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