O presidente francês, François Hollande, confirmou, nesta quinta-feira, que o avião da EgyptAir que fazia a ligação entre Paris e a cidade do Cairo caiu sobre o mar Mediterrâneo e anunciou a abertura de um inquérito para apurar as causas do acidente.
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— Temos de garantir que sabemos tudo quanto às causas do que aconteceu. Nenhuma hipótese está excluída ou favorecida — disse, em uma declaração divulgada na televisão.
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Hollande afirmou que a França está em contato com as autoridades gregas e egípcias para enviar aviões e barcos que possam participar das buscas do aparelho. O Airbus A 320-200 levava 66 pessoas. A maioria dos passageiros e da tripulação era de egípcios (30) e franceses (15). O avião desapareceu dos radares depois de entrar dentro do espaço aéreo egípcio.
Avião da Egyptair desaparece com 66 pessoas a bordo
Vários cenários podem explicar o desaparecimento do avião A320, da Egyptair, que fazia a ligação entre Paris e a cidade do Cairo, mas especialistas dizem que um ataque terrorista é o mais provável. A França e o Egito têm sido recentemente alvos dos extremistas islâmicos.
Em outubro, o grupo fundamentalista Estado Islâmico reivindicou o ataque a um avião A321 da companhia russa Metrojet, que caiu no deserto do Sinai quando fazia o trecho entre a estância turística de Sharm el-Sheikh e São Petersburgo, matando 224 passageiros e a tripulação.
Encontrados destroços que podem ser do EgyptAir
Segundo peritos, as possibilidades de uma avaria mecânica no caso do desaparecimento do voo MS804 da EgyptAir são poucas.
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— Uma falha técnica grave, a explosão de um motor, por exemplo, parece improvável — disse o especialista em aeronáutica Gérard Feldzer, destacando que o A320 em questão era “relativamente novo”, porque vinha voando desde 2003.
— (Trata-se de) um avião moderno, o acidente ocorreu em pleno voo em condições extremamente estáveis. A qualidade da manutenção e do avião não estão em causa neste acidente — reforçou Jean-Paul Troadec, antigo diretor do Gabinete de Inquéritos e Análises para a segurança da aviação civil de França.
Troadec assinalou ainda que a EgyptAir “é uma companhia que está autorizada” a voar na Europa e “não está na lista negra”.
O avião da Egyptair desapareceu a cerca de 130 milhas náuticas da ilha grega de Karpathos, o que o coloca fora do alcance dos lança-mísseis portáteis utilizados por vários grupos combatentes no Oriente Médio.
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— Não podemos excluir a possibilidade de ter sido atingido por engano por outro avião, mas provavelmente já saberíamos — disse Feldzer, adiantando que a região ao norte do Egito, incluindo as costas de Israel e da faixa de Gaza, é “uma das mais vigiadas do mundo, também por satélite”.
Se for determinado que se trata de uma bomba que causou a tragédia, a questão para os investigadores será como é que o dispositivo foi levado para um avião que decolou do aeroporto mais movimentado da França, o Charles de Gaulle, em Paris, onde o alerta de segurança é elevado desde os ataques terroristas do ano passado na capital francesa.
— A primeira coisa a fazer é recuperar destroços que nos darão algumas indicações sobre o acidente, se houve uma explosão, pode haver talvez vestígio de explosivos — mencionou Troadec.