Na rotina agitada de uma cidade com 361 mil habitantes, o vaivém dos ônibus circulando por Blumenau passa quase despercebido por muita gente. Mas você já parou para pensar em quantas mudanças o transporte coletivo sofreu nesses quase 110 anos desde quando entrou em operação?
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Antes de mais nada é preciso lembrar que o primeiro ônibus a ganhar as ruas de Blumenau foi em 1914, fazendo o trajeto Centro-Itoupava Seca. O avanço do transporte coletivo acompanhou a industrialização. Com mais pessoas saindo do campo para viver na área urbana, era preciso formas de se locomover.
Até 1930 existiam apenas quatro linhas, como conta o livro “Viagens pela Cidade: O transporte coletivo de Blumenau”, de Méri Frotscher e Léa Maria Vedana. Nessa época já havia ônibus para o Garcia, Velha e também um circular. Sem os sete terminais de integração dos dias atuais, o ponto de partida era o Clube Náutico América, com exceção do ônibus do Garcia que tinha como referência o alto da Rua XV de Novembro.
O transporte coletivo começa a ganhar força mesmo da década de 1940, quando surgem várias empresas atuando na cidade. Claro, estamos falando de uma época em que o serviço não tinha regulamentação. Aliás, muitas vezes os ônibus ficavam nas garagens das casas dos próprios donos.
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Pedido por mais linhas e a figura do cobrador
Foi nos anos 40, inclusive, que surgiu a figura do cobrador. Acredite, nessa fase, os jornais já noticiavam as queixam dos moradores por mais linhas e horários, enquanto os ônibus sofriam em ruas de barro esburacadas. É na década seguinte que Escola Agrícola e Vila Nova ganham linhas. Na Fortaleza, só em 1960.
O município tinha sete empresas operando o serviço em 1967. Nessa época, a família Sackl, conhecida por ser dona da antiga empresa Nossa Senhora da Glória, já havia comprado alguns ônibus de empresários que tinham desistido do ramo.
A catraca que conhecemos hoje é de 1956, quando os ônibus começam a ficar maiores e um deles chegou a ganhar o apelido de “papa-fila”. É na década de 1950 que o serviço passa a sofrer regulação da prefeitura, para cumprir uma lei estadual. Em 1970, com muito mais pessoas vivendo nas áreas urbanas, fábricas ganhando espaço e a pavimentação de ruas ocorrendo, as bikes perdiam fôlego.
Mas pasmem: ônibus na Vila Itoupava só ocorreu em 1981, há apenas 42 anos.
Nessa época, a antiga empresa Rodovel, denominada antes de Coletivo Ouro e Prata, construiu sede na Rua Jorge Lacerda, no bairro da Velha. Junto com a Glória, a empresa contratou um estudo sobre o transporte coletivo de Blumenau, que a essa altura tinha 34 linhas. Eram 17 ligando de bairro a bairro, 15 ligando bairros ao Centro e dois circulares.
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Verde Vale se junta à Glória e à Rodovel
Voltando ao passado, a novidade da Constituição Federal trouxe a necessidade de licitação para operar o serviço. Com esse processo, além de Glória e Rodovel, entrou a Verde Vale, para levar ônibus à região Norte, em plena expansão desde então. A partir de 1990 começa a construção dos terminais urbanos. Os primeiros a serem construído foram Velha, Garcia e Fonte.
As três empresas criaram o Consórcio Siga. Anos mais tarde, em 2016, a prefeitura rompeu o contrato. Entra então a Piracicabana, de forma emergencial, que mais tarde ganha a licitação e atualmente leva o nome de Blumob. As estações de pré-embarque, criadas pelo grupo anterior no Centro contando até com climatização, deixam de funcionar e viram simples pontos de ônibus.
A frota é renovada e 10 ônibus com aparelho de ar-condicionado começam a circular. Outros 21 passam por adaptação para contar com refrigeração.
O livro “Viagens pela Cidade” pode ser adquirido on-line.
Confira fotos históricas do transporte coletivo em Blumenau
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