Joinville celebra o aniversário de 173 de fundação neste sábado (9). Em 1951, a cidade foi mobilizada para a comemoração do centenário, sendo uma das maiores festas da história do município, reunindo centenas de atrações e que guiou a “construção” da ideia da região, após traumas e conflitos entre governo federal e povos germânicos. 

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Conforme o historiador e coordenador do Arquivo Histórico de Joinville, Dilney Cunha, as festividades da época duraram dez dias, teve grande repercussão e uma proporção de festa que Joinville ainda não tinha visto. Teve de tudo um pouco na programação. Exposição agrícola e industrial, flores, jogos, corrida de bicicleta, de carro, luta de boxe, uma variedade de temas para destacar o protagonismo dos imigrantes na cidade. O ponto alto, sem dúvida, foi o “grande desfile”. 

— Reuniu uma multidão nas ruas centrais da cidade. Para se ter uma ideia, o desfile teve 8 mil ciclistas, 22 carros alegóricos que retratavam cenas e personagens. Dias bastante agitados — explica. 

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Segundo o historiador, a festa acontece em um momento em que Joinville já tinha destaque no Sul do Brasil. Desta forma, figuras conhecidas participaram dos festejos, incluindo os governadores de Santa Catarina e Paraná, secretários de governo e autoridades militares. O então presidente do país, Getúlio Vargas, foi convidado, mas não compareceu, justificando outros compromissos. 

— Por conta do centenário, foi construído e inaugurado o pavilhão que hoje é ginásio Abel Schulz, junto com a Praça da Bandeira e o monumento aos Imigrantes — conta. 

Traumas políticos nos 100 anos de Joinville

A cidade tinha imigrantes que sofreram perseguições do governo de Getúlio Vargas. A festa, conforme Dilney, tenta superar os traumas passados. 

— É uma recuperação da cidade depois da Segunda Guerra Mundial e da ditadura Vargas, que causou consequências bastante fortes no município — pontua. 

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A partir disso, porém, Dilney ressalta que iniciou a ideia de destacar os imigrantes europeus para consolidação da cidade. A narrativa, naturalmente, deixou de fora outros povos. 

— Ali foi o marco de que esses grupos construíram a cidade, que eram responsáveis pelo progresso da civilização. Portanto, de invisibilização de outros grupos, como se a importância fosse menor. E eu me refiro aos luso-brasileiros e afrodescendentes — contextualiza. 

Festividades do aniversário em 2024

O horário do desfile municipal em comemoração aos 173 anos de Joinville foi alterado por conta de condições climáticas desfavoráveis e o jogo do Joinville contra o Avaí pelo Campeonato Catarinense 2024. Marcado para sábado (9), o desfile agora acontece às 9h30min, na Avenida Beira Rio.

A concentração dos grupos no desfile será a partir das 8h. Com a mudança no horário do desfile, há alteração também no horário da tradicional Homenagem aos Imigrantes, que foi antecipada em meia hora. O evento também será às 8h no Cemitério dos Imigrantes, no Centro de Joinville.

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Já a entrega do Passeio Público do Boa Vista, prevista para ocorrer no sábado, às 10h, foi adiada.

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