Há quatro anos começavam em Blumenau os trabalhos de construção do Parque das Itoupavas — local que promete ser um novo "Ramiro Ruediger" da Região Norte. Quarenta e oito meses depois, porém, o espaço ainda não foi aberto à comunidade e convive com depredação, lixo e com uma interrogação sobre os próximos capítulos.

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Isso porque a prefeitura de Blumenau, responsável pela obra, precisou adiar a entrega do parque devido ao cronograma do DNIT da duplicação da BR-470. Havia a previsão da construção de uma alça de acesso que passaria pela estrutura, o que gerou um impasse. Inicialmente os trabalhos custariam R$ 2,8 milhões, porém a readequação do projeto fez o valor aumentar 42% — chegando a R$ 4 milhões.

A ideia inicial era de que a obra fosse entregue no fim de 2016, o que não ocorreu. O fotógrafo do Santa, Patrick Rodrigues, esteve no local nesta quinta-feira (16) e registrou a situação. Lá foi possível perceber o furto de alguns materiais — incluindo fios de energia elétrica, lâmpadas e luminárias que ficavam na cancha de bocha —, depredação e lixo acumulado.

A casa em arquitetura enxaimel, que ficava na entrada da Vila Itoupava e foi levada ao Parque das Itoupavas, virou abrigo para moradores de rua e usuários de drogas. Além disso, o imóvel está com janelas destruídas por vândalos.

O parquinho que estava por lá foi retirado. A administração municipal diz que essa ação foi motivada para evitar novos atos de vandalismo. Há pichações e muita sujeira no local (confira nas fotos abaixo).

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O que diz a prefeitura

A reportagem procurou a prefeitura de Blumenau para saber qual o prejuízo estimado com as depredações, se existe alguma previsão de abertura do parque e se há alguma ação prevista (como colocação de vigilância) para evitar ações de vândalos. A assessoria de imprensa enviou uma nota oficial na manhã desta sexta-feira (17). Confira, na íntegra:

Com relação ao Parque Alcantaro Corrêa, o Parque das Itoupavas, a Prefeitura de Blumenau informa que, por uma questão de segurança, o local segue fechado até que as obras da BR-470 apresentem condições da sua utilização com segurança. A previsão, segundo a empresa responsável pela fiscalização das obras, é que isso aconteça até o final do mês de abril deste ano em função da necessidade de realização de obras complementares. O Município realiza rondas constantes para evitar atos de vandalismo. Outra medida adotada foi a retirada de todos os equipamentos do Parque, além postes e outros materiais, que poderiam ser roubados ou depredados. A manutenção do espaço, roçadas e limpeza é feita de forma contínua, seguindo um calendário da Secretaria de Administração. É importante ressaltar que o Parque das Itoupavas é um dos projetos que está em execução no Plano de Concessões e PPPs e também possui previsão de recursos do governo do estado, por meio de emenda, para implantação de novos equipamentos.

O parque

Quando for entregue, o Parque das Itoupavas vai suprir uma demanda da comunidade da Região Norte da cidade, que atualmente não conta com estruturas para lazer.

Serão, ao todo, 49,5 mil metros quadrados à disposição dos moradores, um espaço maior que o Ramiro Ruediger, que tem 43 mil metros quadrados.

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No local os cidadãos contarão com pista de caminhada, ciclovia, quadras de basquete, futsal, vôlei de areia, playground, academia ao ar livre, pista de skate, bosque para piquenique e até cancha de bocha.

Veja a situação no local

Janelas da casa em arquitetura enxaimel.
Janelas da casa em arquitetura enxaimel. (Foto: Patrick Rodrigues)

Entrada do parque, próximo à BR-470.
Entrada do parque, próximo à BR-470. (Foto: Patrick Rodrigues)

Sujeira e lixo em um imóvel atrás da casa enxaimel.
Sujeira e lixo em um imóvel atrás da casa enxaimel. (Foto: Patrick Rodrigues)

Materiais foram levados de dentro do parque.
Materiais foram levados de dentro do parque. (Foto: Patrick Rodrigues)

Outras partes da casa em enxaimel também foram destruídas por vândalos.
Outras partes da casa em enxaimel também foram destruídas por vândalos. (Foto: Patrick Rodrigues)

Lixo e sujeira dentro dos imóveis que deveriam ser da administração do parque.
Lixo e sujeira dentro dos imóveis que deveriam ser da administração do parque. (Foto: Patrick Rodrigues)

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Lixo empilhado no meio do parque.
Lixo empilhado no meio do parque. (Foto: Patrick Rodrigues)