Cáries, quedas de dentes e dores na boca fizeram parte dos últimos anos de vida do primeiro imperador do Brasil, Dom Pedro I, de sua primeira esposa, D. Leopoldina, e da segunda, D. Amélia, no século 19.  As informações são do g1.

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Confira fotos da pesquisa


Os restos mortais dos personagens da realeza permanecem em uma cripta do Monumento à Independência, em São Paulo, e foram analisados em uma pesquisa arqueológica da Universidade de São Paulo (USP) iniciada em 2012. Os primeiros resultados são da tese de doutorado da historiadora e arqueóloga Valdirene Ambiel e foram divulgados em 2023, sob orientação do professor Carlos Augusto Pasqualucci.

Os estudos se aprofundaram nos “pacientes”, nas doenças que tinham e nos tratamentos feitos até a morte. Ao g1, a arqueóloga ressaltou que as três ossadas passaram por uma bateria de exames, como tomografias, que revelaram doenças ósseas e calcificação por traumas. 

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O que exames revelaram

Imagens em 3D das arcadas dentárias e das ossadas ajudaram também a desmentir lendas urbanas, como a causa da morte da imperatriz Leopoldina e o suposto nariz quebrado de Dom Pedro I.

— O estudo odontológico deu uma pequena ideia de como era a saúde bucal no início do século XIX. Os dados levantados pelos odontos contribuíram na interpretação de determinados problemas de saúde que eles apresentaram, além de auxiliar no contexto das expressões identificadas pela antropometria na etapa de aproximação facial”, disse a arqueóloga Valdirene Ambiel.

O dentista André Kerber, um dos profissionais que analisaram a arcada de Dom Pedro, detalha que foram encontrados desalinhamentos, cáries tratadas nos dentes posteriores, trauma nos dentes anteriores e evidências de hábitos de mastigação frequente por apenas um lado da boca.

“Desequilíbrios na distribuição da pressão sobre os dentes, levando a fraturas e perda óssea. Sugerem que possuía sintomas de disfunção temporomandibular (problemas nas articulações que ligam o maxilar) devido aos hábitos de mastigação unilateral, resultando em estalos, dores musculares e outros desconfortos. A falta de adequada distribuição de pressão durante a mastigação também contribuiu para problemas dentários como fraturas e perda óssea — informou o dentista.

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Em tempos modernos, D. Pedro I precisaria fazer dois implantes dentários e usar aparelho nos dentes para melhorar o encaixe com a boca fechada.

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