Um dos xodós franceses, o remador Nicolas Gestin acelera pela correnteza e vence a prova na canoagem slalom para conquistar o quarto ouro para o país-sede. Os parisienses gritam, vibram e entoam o hino nacional La Marseillaise (a Marselhesa, em português). Mas essa comemoração descrita não se desenvolveu no Estádio Náutico de Vaires-sur-Marnes, onde ocorreu a prova, mas sim na frente do Hotel de Ville, sede da prefeitura local, e que abriga a maior fan fest de Paris.

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Quadro de medalhas de Paris 2024

Localizado no coração da capital parisiense e às margens do rio Sena, o espaço foi batizado como “La Terrasse des jeux” (o terraço dos jogos, em português). A fachada do hotel se tornou ponto de encontro, sobretudo para os franceses. E de pensar que o mesmo local, no século passado, foi palco de revoluções.

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– Me sinto muito feliz e orgulhosa de ser francesa, nesse ambiente lindo, onde todos estão sorrindo e felizes por estar aqui. E é muito melhor ao ver uma medalha de ouro para a França – conta a francesa Florence Anstett, ao lado do marido Stephane, que moram na região de Lyon.

A fan fest conta com pequenas atividades, como escalada, futebol, basquete e bocha. Ainda tem atrações como shows musicais, dança e máquinas automáticas para os presentes tirarem fotos de forma gratuita.

– Estamos amando estar aqui. Para o povo francês, é muito bom, tem muitas atividades, coisas para beber, uma tela grande. É ótimo curtir junto com amigos – valoriza Cléa Esposito, residente da cidade de Montpellier, localizada no sul do país.

Veja imagens da fan fest em Paris 2024

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Quem é de fora da França, no entanto, tem visão um pouco diferente. A entrada é gratuita, mas as filas podem durar de 20 minutos até uma hora, conforme o movimento. A demora, somada com a falta de sinalização, desagradou brasileiros presentes, como os paulistas Renata Praxedes, Felipe Sakiyama e Mariana Pereira.

– Foi um pouco difícil de entrar, não entendemos bem porque estavam segurando as filas, parecia vazio olhando de fora. Mas está bem confortável – conta Renata, para acrescentar. – Mas tem a questão do telão, que ficou virado para o sol e atrapalha a visão. Se fosse no Brasil, provavelmente teríamos pensado nisso.

Embora a gratuidade na entrada, os preços dos itens cobrados estão inflacionados – como é normal na cidade. Um copo de cerveja de 400ml, por exemplo, sai ao custo de 9 euros (R$ 54).

Em uma Olimpíada marcada pela valorização da tradição francesa, o local escolhido também se justifica. Construído em 1357, o Hotel de Ville é repleto de história. Tem arquitetura renascentista e foi reconstruído com a mesma estética em 1892, após ser incendiado por revolucionários.

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Antes chamado de praça de Grève, o espaço foi durante muito tempo palco de execuções públicas. O prédio ainda conta com 136 estátuas de personagens da história da França como Voltaire e Lavoisier.

O De Ville ainda será ponto de partida das maratonas marcadas para 10 de agosto. Após a largada dos atletas, ainda será realizada a chamada “Marathon Pour Tous” (Maratona Para Todos), aberta para amadores, o que é um fato inédito em uma Olimpíada. Ou seja, mais história para fazer parte do local.