Nilo Biazzetto Neto gosta de estar na rua. Para o fotógrafo curitibano, estar em contato com novas culturas e entender a arte de cada lugar por onde passa é o que faz o trabalho dele crescer cada vez mais. Começou em 1994, ainda durante a faculdade de Publicidade e Propaganda na PUC-PR. Neste ano, completa 20 anos de carreira e garante: viajar é o componente mais importante e prazeroso do trabalho dele.

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Para comemorar as duas décadas de estrada e o sucesso da Portfólio, escola de fotografia que fundou com a esposa em Curitiba, Nilo lança neste ano o livro Rua. Quem quiser um aperitivo de como será a obra tem um prato cheio nas mãos em Blumenau. Imagens produzidas de 2007 a 2013 estão expostas na Viva Casa Galeria, no bairro da Velha, até dia 28 de fevereiro. Intitulada Multiplicidades, a exposição conta com fotos capturadas pelo Brasil e em cidades como Buenos Aires, Lisboa e Nova York. Todas as imagens estão à venda no local.

O Santa conversou com Nilo por e-mail para saber um pouco mais sobre a mostra, as viagens e paixões do fotógrafo:

Você tem levado aos alunos e lugares por onde passa um novo olhar sobre a fotografia. Este é o seu principal objetivo com uma câmera na mão?

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Nilo Biazzetto Neto – Antes de tudo meu principal objetivo, como fotógrafo que sou, é fotografar. Gosto mesmo é de estar em ação fazendo minhas coisas, desenvolvendo meus projetos, colocando minhas ideias, muitas vezes meio loucas, em prática. Mas sem dúvida adoro a movimentação artística que os alunos trazem pros meus cursos. Costumo dizer que a principal fonte de alimento de minha criatividade é a interação, a troca de ideias com meus alunos.

Seu trabalho é direcionado para a fotografia de moda e gastronomia. Como entrou nestas duas áreas?

Nilo – Na verdade já fiz muita fotografia de moda, mas de uns anos para cá venho direcionando meu trabalho comercial para a gastronomia por alguns motivos. Primeiramente porque gosto. Segundo porque é um trabalho que consigo fazer com uma equipe bastante enxuta. E terceiro porque meu portfólio de gastronomia sempre se destacou diante de tudo o que eu já fiz na fotografia comercial. Gosto muito de fotografar pessoas e tenho muita experiência nisso, então de forma alguma vou abandonar completamente essa área.

Na exposição Multiplicidades você apresenta fotos de cidades do mundo que já passou em viagem. Viajar e fotografar são suas maiores paixões?

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Nilo – Acho que minha maior paixão é viajar. Entrar em contato com outras culturas, conhecer outras pessoas, outras línguas. Experimentar novos sabores, aromas, climas. A fotografia é a minha maneira de apresentar tudo isso. É o que eu sei fazer de melhor, fotografar. Então se tenho esse talento, quero sempre continuar a desenvolvê-lo. Viajar, pra mim, é tudo o que mais me faz crescer.

O que já fez para conseguir a foto ideal?

Nilo – Já passei duas horas esperando a sincronia exata de cinco táxis para fazer uma imagem em Porto Alegre. É uma imagem que eu gosto muito e está na Viva Casa Galeria. Estava fazendo um trabalho para um calendário que tinha como tema Conectividade. Fui cedo ao apartamento de um amigo arquiteto para produzir uma imagem de cima de uma grande avenida pela qual cruza um viaduto famoso da cidade. Eu fiquei ali olhando pra baixo e tentando uns cliques, aguardando, esperando algo. Até que depois de duas horas saiu a foto. E eu vibrei como se fosse um gol.

Fotografar é a sua praia, mas já pensou em fazer outra coisa da vida?

Nilo – Sim, adoro cozinhar e principalmente adoro o mar, o surf, a vela. Vou muito bem na cozinha, mas não sei se teria paciência para trabalhar com isso, aí volta a questão da rotina. Para o surf nunca tive tanto talento que pudesse trabalhar com isso, e ainda mais chegando aos 39 anos de idade não seria o caso mesmo. O sonho é de viajar o mundo. Quero um dia ter um grande veleiro e sair sem destino. Mas aí posso unir as três coisas que mais gosto dentro do barco: fotografia, gastronomia e o mar. Aí vai ser perfeito.

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