As inscrições rupestres em Florianópolis estão divididas entre a Ilha de Santa Catarina, ilhas próximas e algumas regiões do continente. Normalmente encontrados em costões rochosos virados para o oceano, os registros foram produzidos em sua maioria por populações pré-coloniais, através de uma técnica conhecida como polimento.
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Ao todo as 29 inscrições rupestres em Santa Catarina, com a grande maioria possuindo difícil acesso, contam um pouco da história dos povos originários do Estado. Na sua maioria, as inscrições da Ilha possuem figuras geométricas, mas também há registros de figuras antropomorfas, que buscam representar o homem.
Essas gravuras são registradas isoladas ou em conjuntos, formando painéis com diferentes composições. De acordo com uma pesquisa feita pela historiadora e professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Fabiana Comerlato, apesar dos estudiosos não saberem ao certo o significado delas, acredita-se que seriam uma espécie de código simbólico, relacionado ao ambiente marítimo e que integrava diferentes populações e espaços da costa.
A grande maioria desses registros estão localizados em pontos de difícil acesso, mas alguns podem ser visitados facilmente por trilhas. Há inscrições localizadas na Praia Mole, no Leste da Ilha, Praia do Santinho e Morro das Aranhas, no Norte da Ilha. A única exceção é a Ilha do Campeche, que só pode ser acessada por meio de transporte marítimo, mas que possui a maioria das inscrições já catalogadas na região.
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Inscrições rupestres do Santinho
A praia do Santinho, situada no Norte da Ilha, de acordo com o Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE/UFSC), possui um sítio de inscrições rupestres feitas pela população indígena ou pré-colonial, que vivia principalmente da pesca e que se instalou na região litorânea há cerca de 6.500 anos. A área possui em seu costão uma trilha que permite conhecer um pouco sobre a história desses povos, e o acesso é gratuito.
Na região onde estão os desenhos, há sinalização, calçadas e iluminação. É composta por um conjunto de seis gravuras isoladas e outras cinco gravuras agrupadas, em blocos de diabásio isolados e paredes de um dique, com figuras compostas por linhas retas, em zigue-zague e em forma de animais.
Para quem deseja conhecer a história durante a visitação, existem murais com informações sobre os desenhos, expostas pelo Museu Arqueológico ao ar livre Costão do Santinho. A trilha leva entre 30 e 40 minutos e é um aclive de cerca de 250 metros. Do topo do morro é possível avistar a Praia Brava, a Praia do Santinho e o Moçambique. O local é facilmente acessado de carro pela SC-403 ou de ônibus.
Inscrições rupestres do Morro das Aranhas
O Morro das Aranhas fica situado no Costão da Praia do Santinho, no Norte da Ilha, e possui oito gravuras polidas na parede de um dique de diabásio e uma polida num bloco ao lado. Também fica no complexo gerido pelo Museu Arqueológico ao ar livre Costão do Santinho e possui diversas informações sobre as gravuras ao longo da sua trilha.
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Pode ser facilmente acessada pela praia do Santinho e de acordo com relatos dos administradores do local, em diferentes épocas do ano e horários do dia outras gravuras aparecem, havendo na verdade um número ainda maior de inscrições.
As gravuras feitas no Morro da Aranhas são similares às que existem no sítio do Santinho, mas o grande diferencial são os registros de figuras antropomorfas, que representam formas humanas. Por conta dessa quantidade de registros, um dos símbolos da região, a figura do que seria um homem com uma lança, ganhou uma estátua em um dos mirantes do espaço, chamada escultura do homem de ferro. É facilmente acessado de carro pela SC-403 ou de ônibus.
Inscrições rupestres na Praia Mole
Na fronteira da Praia Mole com a de Gravatá, no Leste da Ilha, é possível visitar no costão mais ao sul, sentido à praia do Gravatá, duas inscrições rupestres. O sítio em questão está em Área de Preservação Permanente.
Apresenta inscrições de padrão geométrico em um dique de diabásio e possuem figuras em triângulos, quadriláteros, linhas retas e linhas poligonais paralelas, seguindo um padrão geométrico, gravadas através de picoteamento e polimento.
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Para visitar o local é possível chegar indo de carro ou ônibus. Chegando na praia Mole, basta andar até o sul, na fronteira com a Praia de Gravatá.
Inscrições Rupestres da Ilha do Campeche
Tombada como patrimônio arqueológico e paisagístico pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a Ilha do Campeche possui os sítios que guardam a maior concentração de gravuras do litoral brasileiro, com quase todas voltadas para o mar aberto.
Ao todo são 10 sítios com 167 gravuras, distribuídos entre Ferro Elétrico, Pedra Preta do Norte, Pedra Fincada, Saco do Rosa, Conforto, Saco da Fonte, Letreiro, Triste, Pedra Preta do Sul e Lageado. Em letreiro estão a maior quantidade de gravuras, totalizando 38, entre eles um dos painéis mais importantes da Ilha, conhecida como “máscaras gêmeas”.
Grande parte desses lugares podem ser acessados por trilhas guiadas, que levam o visitante a explorar o local. Os preços para o passeio variam de R$ 20 a R$ 40, e são de dificuldade média a alta. O valor não inclui o translado de barco.
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Para chegar na Ilha do Campeche é necessário o uso de embarcações. Ao todo, são três pontos disponíveis: na Praia da Armação, Praia do Campeche e na Barra da Lagoa. Na primeira e na última opção, a travessia é feita com barcos. A segunda opção ocorre por meio de botes infláveis.
Fotos das inscrições rupestres do Santinho e Ilha do Campeche
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