O catarinense André Luiz Rigo, 37 anos, afirma ter um museu particular na casa em Videira, Oeste de Santa Catarina, com mais de 120 louças do período imperial do Brasil. O pesquisador reúne pratos, taças e outros objetos que pertenceram a figuras importantes no país, como o imperador Dom Pedro II e o rei Dom João VI.
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Ao g1 sc, André disse que começou a coleção há cerca de oito anos. A maior parte foi comprada em leilões, embora algumas porcelanas tenham sido garantidas em antiquários. Também advogado e professor universitário, ele é autor do livro “A mesa do Rei”, que fala sobre a história das louças de Dom João VI, e administrador de uma página no Instagram sobre o tema.
— [Na faculdade], a parte que estudava as constituições do império era minha paixão. Mas tudo sempre foi muito superficial. […] Depois, quando comecei a ter mais tempo para estudar, passei a me aprofundar e me apaixonar cada vez mais — relatou.
A reportagem do g1sc encaminhou fotos de algumas das peças do colecionador ao Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que as analisou e atestou a legitimidade dos objetos.
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Veja fotos das peças
Peças da coleção
Entre aquelas que ficam expostas na casa do colecionador e chegam a ser usadas em ocasiões especiais, e as que estão acondicionadas em compartimentos seguros, estão as preferidas do colecionador. De 120 peças, ele escolhe duas para destacar.
Um prato raso do serviço PII Grande, que teria pertencido a Dom Pedro II e foi arrematado em um leilão online por R$ 7 mil, é um dos queridinhos da coleção.
— Ele recebeu de presente de Dom Luiz I, que era o Rei de Portugal, quando foi fazer o primeiro tour internacional dele pela Europa. Esse prato tem um brasão que mistura tanto símbolos portugueses quanto símbolos brasileiros. É um prato muito bonito — explica.
Também está na lista dos favoritos, por ser “uma das peças mais antigas”, um prato feito entre 1735 e 1796, que pertenceu a Dom João VI.
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De acordo com a museóloga Ana Luísa Camargo, do Museu Imperial, peças da família imperial começaram a se disseminar pelo país após a Proclamação da República, com o leilão de arte do Paço de São Cristóvão, ocorrido em 1890. Hoje, há colecionadores de todo o Brasil com serviços — como as coleções de louças eram chamadas — da época.
— Muitos condes, viscondes e barões foram ao leilão e compraram peças — disse a especialista.
Esses homens, após um tempo, passaram a fazer seus próprios leilões – e, assim, sucessivamente. As compras e os compradores, segundo ela, passaram a ser mapeados. Dessa forma, e com ajuda de outros artifícios, hoje é possível conferir a legitimidade dos itens comercializados.