Ruas alagadas, casas invadidas pela água e rodovias interditadas. Foi assim que Florianópolis amanheceu nesta quarta-feira (29), após a forte chuva que atingiu a Capital na terça-feira (28). O acumulado ultrapassou a média histórica prevista para novembro, com 185 milímetros em apenas um dia, de acordo com a Defesa Civil.

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As regiões Sul e Leste da Ilha foram as mais afetadas na noite desta terça. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), a SC-405, no bairro Rio Tavares, foi interditada após a água invadir a pista. Os alagamentos seguiam na manhã desta quarta-feira. A orientação para os motoristas é utilizar a SC-401, próximo ao Aeroporto, para fazer a travessia.

UFSC suspende as aulas na quarta-feira após chuva histórica em Florianópolis

A SC-401 tem faixas interditadas, em ambos os sentidos, por conta do acúmulo de água. O trânsito na região é intenso e com fila em alguns pontos. Com o nível da água baixando, alguns entulhos já são vistos ao longo da via.

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O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, informou que a estrada da base aérea ficará liberada até às 12h para os motoristas que transitam na região.

Florianópolis decreta situação de emergência após chuva histórica

Também foram registrados estragos no bairro Monte Verde. Por volta das 18h, o córrego que corta o bairro transbordou e invadiu diversas casas. No Itacorubi, parte do asfalto cedeu na rua Salvatina F. dos Santos.

Ruas dos bairros Campeche, Rio Vermelho, Santa Mônica e Córrego Grande também sofreram com alagamentos. O nível da água, no entanto, já tinha baixado na manhã desta quarta-feira, mas os reflexos ainda eram vistos nas ruas, como placas de trânsito arrancadas e carros abandonados.

Para evitar a entrada da água nas casas, moradores colocaram sacos de areia nas portas. Em um imóvel, a força da água fez com que o vidro de um muro estourasse.

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— A água subia e subia, mas a gente não podia fazer nada. Só ouvimos o estouro — relatou uma moradora em entrevista à NSC TV.

De acordo com a Epagri/Ciram, a capital catarinense registrou 185 milímetros em 24h, superando a média histórica de 129 milímetros. Em todo o mês de novembro, choveu 448 milímetros.

— Tivemos uma célula de tempestade no início da tarde, que choveu 100 milímetros em pouco mais de oito horas. O impacto foi em várias áreas, com alagamentos que atingiram áreas residenciais no Centro, bairros de ligação no Norte e Sul […]. Também tivemos questões pontuais de queda de muro e árvore, e algumas ruas que seguem obstruídas — explica o secretário de Segurança e Ordem Pública, Araújo Gomes.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) suspendeu as aulas da manhã desta quarta-feira (29). Apenas seguem em funcionamento os serviços essenciais da universidade. Até o fim da manhã, a administração central avaliará se mantém ou não a suspensão no período da tarde e a noite.

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Por volta das 21h30, havia mais de sete mil unidades sem luz em vários bairros de Florianópolis, incluindo Parque São Jorge, Carvoeira, Trindade, Serrinha e outros. A situação já tinha normalizado na manhã desta segunda-feira.

Equipes da prefeitura estão nas ruas avaliando a situação na cidade. De acordo o secretário, o principal objetivo é garantir a liberação das vias que ainda possuem bloqueios em decorrência da chuva, além de promover reparos nos pontos onde ocorreram estragos.

— Estamos iniciando o que a gente chama de avaliação de danos, que é entender qual foi a dimensão dos estragos e o impacto nisso sobre infraestrutura e serviços, até mesmo para subsidiar a decretação da situação de emergência — pontua.

O decreto de situação de emergência foi publicado na terça-feira (28) no Diário Oficial. O texto aponta que em apenas 6h os acumulados ultrapassaram os 100 milímetros, conforme dados da Epagri/Criam. Também foram autorizados o desencadeamento do Plano Emergencial de Resposta aos Desastres e a convocação de voluntários para reforçar os atendimentos à população. O documento tem validade de 180 dias.

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Confira imagens da chuva

Grande Florianópolis

Outras cidades da Grande Florianópolis também foram impactadas pela chuva. Em São José, segundo a Defesa Civil, choveu 131 milímetros em 24 horas, o que foi o suficiente para deixar algumas ruas alagadas no município. Também houve queda de árvores, além de um muro com risco de desabamento.

Já em Palhoça, choveu 147 milímetros. Apesar disso, não houve registro de desalojados ou deslizamentos, segundo a prefeitura.

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