Uma casa centenária na Praia do Forte, no bairro Jurerê, onde fica a Fortaleza de São José da Ponta Grossa, em Florianópolis, foi demolida na manhã desta sexta-feira (7) por determinação da Justiça. Os moradores que ocupavam a residência foram retirados do local, mas a demolição ainda causou revolta na comunidade.

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A ação, movida no Ministério Público Federal (MPF), argumenta que a casa foi construída em área da União e não estava ocupada. Segundo o processo, já existe uma sentença de demolição desde 2010, que ainda não havia sido cumprida.

Em nota, a prefeitura informou que recebeu o mandado judicial para desocupação e demolição do imóvel, e que prestou apoio no transporte dos bens de quem morava no local. Os moradores saíram antes da demolição.

Como a gestão das fortalezas da Ilha de Santa Catarina é feita pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a instituição também se manifestou, afirmando que não foi a responsável pela solicitação da casa.

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Conforme a UFSC, há famílias que moram na Praia do Forte desde 1740, que devem ser reconhecidas como ocupantes históricas da região, gerando emprego e renda, como as tradicionais rendeiras e os pescadores da região.

“A UFSC nunca solicitou qualquer tipo de ação dessa natureza. Nossa Instituição foi incluída na referida ação judicial como interessada porque é responsável pela gestão da Fortaleza. No entanto, a UFSC não se
manifestou favorável às demolições. Hoje [sexta-feira (7)], infelizmente, o processo já está em fase de cumprimento de sentença, que determina as demolições”, diz a nota, assinada pela vice-reitora da instituição, Joana Célia dos Passos.

“Diante dessa situação, entendemos que a UFSC já se posicionou publicamente em audiência pública sobre o tema, salientando que é fundamental que se encontrem meios para uma solução em que as famílias atingidas sejam preservadas, suas crianças, jovens e adultos protegidos e mantidos em seus seios, haja vista que desta forma terão maiores oportunidades de segurança e acesso à educação”, conclui o texto.

A reportagem tentou contato com a Associação de Moradores da Praia do Forte (AMPRAFO), mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

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Veja fotos da demolição da casa

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