Após duas edições virtuais devido à pandemia, os atos do Dia do Trabalhador voltaram às ruas em todo o país. As manifestações foram marcadas, principalmente, pelo apoio ao pré-candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Os dois, inclusive, estiveram presentes nos atos: o petista em São Paulo, e o chefe do Executivo, em Brasília.
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Em Santa Catarina, a manhã foi marcada por atos contra Bolsonaro e com reivindicações trabalhistas. Já à tarde, a manifestação foi a favor do presidente. Ao menos 16 capitais, incluindo Florianópolis, registraram protestos.
— Nós estamos aqui porque queremos o fim desse governo que só traz miséria, desemprego e fome para o povo — discursou a presidente da CUT-SC, Anna Júlia Rodrigues, na capital catarinense.
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O protesto a favor de Bolsonaro, em Florianópolis, teve pedidos de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Cartazes ainda falavam em “voto impresso” e citavam necessidade de “saneamento das instituições”. O grupo saiu em caminhada na Beira-Mar Norte até a sede da Polícia Federal, bloqueando a via central da avenida.
Em São Paulo, ato teve Lula e protesto contra fome
Em São Paulo, o ato organizado pelas centrais sindicais protestou contra a fome, a inflação e a escalada da carestia no Brasil. Realizado na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, o ato teve público bem abaixo das 100 mil pessoas esperadas e foi marcado por ataques a Bolsonaro e pedidos de voto em Lula.
Reclamações contra o aumento de preços de produtos essenciais no país deram o tom dos discursos dos dirigentes sindicais.
— A situação está muito grave, a carestia está tomando conta do supermercado. O povo não está podendo comprar comida suficiente para casa, as famílias estão indo para as ruas por causa da alta impressionante dos aluguéis. Essa situação não pode continuar —afirmou Ubiraci Dantas, vice-presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB).
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Lula foi recepcionado no palco por dirigentes sindicais que puxaram coros de “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” e logo no início de sua fala sugeriu estar preocupado com eventual punição da Justiça Eleitoral por propaganda antecipada.
A lei eleitoral diz que não pode ocorrer pedido explícito de voto antes do início da campanha, o que ocorrerá somente em 16 de agosto. Mas, na prática, a Justiça tem sido tolerante e com raras punições para quem desrespeita a regra.
— Eu fiquei um pouco atrás [dos dirigentes] porque eu não posso falar de eleição. Eu estou aqui num ato de 1º de Maio para discutir o problema dos trabalhadores e das trabalhadoras desse país — afirmou Lula.
— Eu ainda não sou candidato, só dia 7 eu vou ser pré-candidato. Mas se preparem porque alguém melhor do que esse presidente [Bolsonaro] vai ganhar as eleições —acrescentou, para logo adotar um tom eleitoreiro e falar de projetos para um eventual governo seu.
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Bolsonaro vai a ato em Brasília e manda vídeo para SP
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, neste domingo, de dois atos de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Um dia antes, Bolsonaro havia estimulado a participação dos manifestantes.
Assim, ao ignorar o apelo de aliados, mantém em alta a temperatura do clima de tensão com Judiciário, iniciada desde a condenação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) pela Corte.
Os atos foram convocados sob a alegação de defesa de Silveira, beneficiado por um indulto individual de Bolsonaro dado horas após a condenação pelo STF. O deputado bolsonarista participou presencialmente dos protestos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Pela manhã, Bolsonaro foi a ato esvaziado contra o STF na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Lá, cumprimentou os presentes. À tarde, entrou ao vivo em vídeo no protesto da avenida Paulista, em São Paulo, onde aliados promoveram ataques ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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— [Vim] cumprimentar o pessoal que está aqui na manifestação pacífica em defesa da Constituição, da democracia, e da liberdade. Então parabéns a todos de Brasília, bem como todos brasileiros que hoje estarão nas ruas — disse em live aberta em suas redes sociais.
Em São Paulo, Bolsonaro participou de forma virtual, ao vivo em vídeo, direto do Palácio da Alvorada, em Brasília.
Ele fez rápido discurso no qual enalteceu seus apoiadores e disse dever “lealdade a todos vocês” e que irá “onde vocês estiverem”. Ele falou ainda em “liberdade” e repetiu ser o chefe de um governo que “acredita em Deus” e que “respeita os militares, defende a família e deve lealdade a seu povo”.
Ele falou de novo que o “bem sempre vence o mal” e finalizou: “Deus, pátria e família”.
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